O DIA LIVRE DE IMPOSTOS PODERIA SER DE LUCRO TAMBÉM

Sob a alegação que o Brasil é o 14° País do Mundo que mais arrecada impostos, a Câmara de Dirigentes Lojistas Jovens (CDLJovem) e a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas Jovens do Estado de São Paulo vão promover no dia 2 de junho próximo o Dia Livre de Impostos 2022. Que consistirá na concessão de até 70 por cento de desconto na venda de alguns serviços e produtos, entre os quais eletrônicos e eletrodomésticos, promoção esta que poderá ser acompanhada por lojistas de todo o País.

Ainda justificam que foi o setor mais afetado na pandemia da Covid-19, por isso sentido maior efeito da carga tributária e o baixo retorno da arrecadação que paga, por isso mesmo a disposição de demonstrar à sociedade porque os serviços e produtos têm preços elevados. Tudo bem que sejam feitas tais promoções, mas, por favor, que não escondam a pretensão de elevar suas vendas sob o sofisma do peso da carga tributária.

Pois os preços não decorrem exclusivamente dos tributos, mas também da conjugação de fatores outros de produção, dentre os quais sobressai o lucro do comerciante varejista que não deve ser tão inexpressivo assim. A tal ponto que bem poderia haver a lealdade de ser anunciado que a promoção seria também de desconto no lucro e não apenas dos impostos.

Principalmente em se tratando das linhas de produtos eletrônicos e eletrodomésticos cuja produção é notoriamente de custos elevados. Bem assim não se tratam de produtos de primeira necessidade que justifiquem o sacrifício dos consumidores mais do que os varejistas afetados pelo desemprego e pela redução de renda, utilizados como presas fáceis nesta e em outras promoções semelhantes que não deveriam se imitar apenas a um dia eventual.

 

 

Alcimar de Almeida Silva, Advogado, Economista, Consultor Fiscal e Tributário

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