O FUTEBOL DE HOJE II –
Assim, visto de relance como era o futebol de anos atrás, especificamente o futebol potiguar, vamos agora passar uma vista, abrir uma panorâmica sobre o futebol brasileiro dos dias atuais.
O dinheiro apareceu de forma assombrosa ( dinheiro é bom, mas às vezes atrapalha e enriquecem os ”espertos”); o país do futebol ficou praticamente dividido em duas regiões (ricas e pobres) para a prática do esporte mais popular do mundo.
O Sul e Sudeste, foram as regiões mais beneficiadas. As demais regiões estão, a vara e a remo, tentando escapar para manter viva a prática desse esporte fabuloso.
O futebol passou a ser um negócio milionário. Surgiram os empresários do futebol, uma profissão alvissareira e cobiçada. Houve um estímulo e um crescimento exacerbado da imprensa esportiva, que mexe e confunde a forma de como fazer o bom futebol (sem paixões e sem emoções), com comentários e opiniões infelizes e desnecessárias..
A televisão entrou para rachar com patrocinadores, injetando cifras milionárias. Os fabricantes de materiais esportivos passaram a ser responsáveis pela entrega, renovação e criação de belos uniformes, tudo a custo zero, em troca do aparecimento de suas marcas nos trajes.
Os clubes viraram empresas, vendendo — e bem caro — suas imagens. Nessa onda, surfaram os jogadores, que super se valorizaram. Qualquer “perna de pau” passou a valer milhões de dólares ou euros.
Os clubes passaram a ter suas milionárias comissões técnicas, formadas pelos mais valorizados em suas áreas. Inovaram com treinadores de posições individualizadas. A parte física essa passou a ser cerejinha do bolo: super, hiper valorizada, tudo registrado e documentado em programas altamente sofisticados de computação. A fisiologia muscular passou a ser cientifica e exaustivamente estudada e exaltada ( e peguem mais e mais músculos rebentados).
Os departamentos médicos (DM), cada dia mais lotados, se modernizam na tentativa de prevenir, tratar e recuperar as lesões musculares dos jogadores.
É sobre esse quesito que mais nos questionamos e que mais nos tem deixados intrigados e sem entender nada: os jogadores se machucam muito e demoram mais ainda para serem liberados; quando voltam, com pouco, pouquíssimo tempo retornam novamente ao DM. O caso mais recente aconteceu com o bom zagueiro RC, do Flamengo.
O Clube de Regatas Flamengo, no seu momento de aflição atual, no seu afundamento técnico e de poucos bons resultados, com grande número de jogadores no “estaleiro”, acabou de adquirir uma esteira antigravitacional, uma câmara hiperbárica e um novo modelo de bota compressora que acelera a recuperação muscular— o clube será o primeiro no Brasil a usar essa super inovação dos Estados Unidos; com custo altíssimo (uma nota alta, preta e vermelha)!
Quanto aos treinadores, os brasileiros já não prestam mais; estão com datas de validade vencidas. Precisam ser de fora para serem bons e quanto mais caro melhor. Não importam se têm qualidade ou se têm bons serviços prestados.
Os jogadores “trabalham” os dois turnos em centros de treinamentos (CT), com infraestrutura de fazer inveja a Granja Comary/ Teresópolis /RJ, local de acomodação e de treinamentos da Seleção Brasileira.
Os campos de futebol viraram Arenas, super luxuosas, com elevadores, cabines vips, iluminação avançadíssima, com gramados importados; bem dimensionados. Verdadeiros tapetes verdes. Alguns com cobertura.
As chuteiras passaram a ser fabricadas individualizadas, em cores extravagantes e ao gosto do freguês. As mais modernas são fabricadas com o cabedal de microfibras têxtil, chegando a pesar 210 gramas. Outras com cadarço assimétrico e solado com travas longitudinais e placa em fibra de carbono. Quer mais?
As bolas sofreram avanços tecnológicos impressionantes; do duro couro marrom, de costuras grossas e mal acabadas, passaram a ser coloridas e fabricadas com poliuretano, poliestireno e látex, tornando-as mais leves e impermeáveis. Os gomos passaram a ser unidos por ligação térmica em vez de costuras.
As camisas passaram a ser confeccionadas com malhas super especiais, tornando-as mais confortáveis, leves e mais elasticidade, auxiliando assim, a troca de calor e na absorção do suor.
Nos dias atuais, chega a ser surpreendente a engrenagem da arbitragem: são quatro árbitros: o principal, o árbitro reserva e dois auxiliares; todos monitorados por rádio com uma cabine central no Estádio, onde se encontra uma equipe com várias câmaras de vídeos ligadas ao campo de jogo e mais quatro árbitros de vídeo — o VAR ( Vídeo Assistant Referee) —vídeo-árbitro.
Mais recentemente a Fifa autorizou o uso do chip embutido na bola para ter todas as informações reais , como deslocamento, velocidade e posicionamento global.
Com toda essa armação fantasiosa, estapafúrdia e milionária, não estamos vendo resposta, nem resultados suficientes para o tão alto investimento. O que estamos assistimos é um futebol de mediano para ruim, com muitos dólares e euros correndo à toa para encher as contas bancárias de jogadores medíocres, acomodados, sem vibrações e sem compromisso nenhuma com o clube.
E nós? Estamos com a paciência sofrida, consumida, carcomida, cada dia mais caminhando para o fosso do beleléu, para o cafundó dos judas e para o quinto dos infernos.
Que saudade de Pelé e Garrincha!
Berilo de Castro – Médico e Escritor, [email protected]
Muito bem.a corrupção entrou de vez no futebol, a torcida não tem valor pois a riqueza dos clubes agora são outras, a torcida ficou em segundo plano pois não fazem mais falta, como no nosso tempo, que jogávamos para a torcida.hoje se joga para os salários milionários e não precisa jogar bem.acabou nosso futebol onde Neymar, um preguiçoso e o que temos de melhor.estamos perdidos.boa tarde, amigo.