O FUTEBOL NO CAMPO DA MEMÓRIA –

No inicio da década de 1960, fui convocado, para cumprir o meu tempo de serviço militar obrigatório.

Existia na época, um rigor, uma super exigência para com a prestação do serviço militar; condição especial, que segundo eles, (os militares), em formar o “verdadeiro cidadão” com conhecimento básico e fundamental de vigilância e de defesa nacional. Não tinha choro nem vela, não escapava ninguém. Todos tinham que passar e prestar o serviço militar, de preferência no Exército Nacional. Uma boa e útil escola de vida.

Na época, já praticava e com certa habilidade o futebol e, fazia parte da boa equipe da categoria do juvenil do Riachuelo Atlético Clube (RAC), time vinculado e pertencente a nossa querida Marinha de Guerra.

Quando completei idade para prestar o serviço militar obrigatório, não hesitei e pedi para servir na Marinha. Juntei o útil ao agradável.

Em certa ocasião, fazendo um jogo preliminar pela equipe juvenil, fui visto, observado e admirado pelo o treinador gaúcho da equipe titular, o sargento Valdomiro. Terminado o jogo, o técnico me fez o convite para treinar com a equipe titular. Fiquei surpreso e envaidecido. Tive uma boa receptividade, contando com o estímulo, o apoio e o grande incentivo do excelente e disciplinado quarto-zagueiro titular, o piauiense Pádua.

Passei a me destacar nos treinos e aproveitado em alguns jogos amistosos da equipe principal.

Nesse momento, fui observado e convidado pelo treinador do Alecrim FC, Pedrinho 40, para atuar no time do Alecrim FC, que ostentava uma melhor posição nas competições oficiais da cidade.

Não houve nenhuma dificuldade burocrática, nem técnica, para a minha transferência.

Passei então, a vestir a camisa do equipe esmeraldina, do bairro mais popular e populoso da cidade.

Uma excelente equipe foi formada, com apresentações vitoriosas, galgando posição de destaque no certame da cidade, a ponto de chegar a ser bicampeã, nos anos de 1963 e 1964.

Foi o meu momento de apogeu, de glória, quando ainda muito jovem passei a fazer parte da galeria de jogadores bem qualificados do futebol potiguar, o que me credenciou a fazer parte da seleção potiguar de futebol com apenas 19 anos, na disputa do campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais, em 1962.

Essa foi a minha curta, feliz e inesquecível trajetória no futebol, que muito me honra, me enaltece e, que me credenciou para entrar nos anais da história do futebol potiguar.

Vale ressaltar, que tudo aconteceu simultaneamente com o minha entrada no envolvente, importante e exigente curso de medicina.

Apesar das dificuldades para conciliar as duas atividades, somente abandonei o futebol quando já estava no quarto ano de medicina.

Ainda hoje, convívio com a feliz lembrança, com a nódoa inapagável do futebol, e sonho ainda com os velhos embates no campo de jogo.

Que feliz lembrança!

 

 

 

 

Ney Lopes – jornalista, advogado e ex-deputado federal

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