O MAR PARA OS BANHISTAS –

Há urgência em se estabelecer áreas específicas para os esportes marítimos. Em Ponta Negra o banhista é ameaçado por surfistas, windsurfistas e kitesurfistas. São verdadeiros bólidos arremessando contra os banhistas indefesos. O risco é grande, principalmente porque eles andam em ziguezague e as ondas não permitem uma visão segura. Há também a possibilidade de o banhista estar mergulhando e não ser visto. Nesses dias vai acontecer um acidente de graves consequências, podendo ocorrer até morte por traumatismo craniano.

A velocidade que os kitesurfistas atingem é impressionante, sem respeitar sequer o local onde as crianças tomam banho. O pior é que existem viaturas com policiais rodando na beira da praia, sem fazer absolutamente nada. Está na hora de as autoridades tomarem uma medida, pois o alerta está dado quanto à atitude criminosa desses falsos esportistas, que não têm a menor noção de que o direito de cada um termina exatamente onde começa o do outro.

A polícia fica fiscalizando e querendo proibir o topless que é uma atitude inteiramente inofensiva. É uma questão cultural. Aqui, no Brasil, é comum despir os glúteos. Lá fora é corriqueiro desnudar as mamas. Qual o problema? Quem se ofende com uma atitude pessoal que não atinge, a maioria das vezes, sequer a estética?

A praia de Ponta Negra é um cartão de visitas, mas está totalmente abandonada. Esgotos são desembocados diretamente na praia sem que se tome nenhuma providência. Próximo ao morro do Careca o índice coliforme é proibitivo, mas o banho é livre, não se vê ninguém orientando sobre o risco que se corre. Não há estacionamento, a pista e as calçadas são esburacadas, enfim, é um caos total.

E a praia do meio e adjacências? Aí é que o desleixo dos órgãos públicos é completo. A fedentina e a sujeira imperam, sem se falar na absoluta falta de segurança. Pois, em meio a isso tudo, os tais gestores públicos ainda vão derrubar estádios, na suposição de que outro será edificado, para a improvável realização de dois jogos… como se diz em Mossoró, há risco de ficarmos lamentando: “nem mel nem cumbuca”, e aí “não adiantará chorar sobre o leite derramado”, pois “quem tudo quer tudo perde” e “quem semeia ventos colhe tempestades”.

Portanto, é urgente a criação de áreas exclusivas para tais esportes – surfe, windsurfe e kitesurfe – por colocarem em risco a vida dos banhistas. O tal do frescobol é jogado com extrema violência e também deveria ter áreas específicas. Uma bolada daquelas acertando uma criança ou uma região vulnerável de um adulto pode produzir um sério estrago.

Vamos iniciar a campanha reivindicando O MAR PARA OS BANHISTAS! Quem quiser praticar os seus esportes que o façam em áreas reservadas, sem colocar os outros em perigo de perder a vida, ou se ferir seriamente.

 

Armando Negreiros – Médico e Escritor
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