O PIOR CEGO –
Afirma o ditado popular que “o pior cego é aquele que não quer ver”. Trato aqui da possibilidade iminente que nos salta aos olhos, mas que a maioria da população teme admitir, ante o receio de enfrentar as consequências da deflagração de uma Terceira Guerra Mundial.
Eu, particularmente, um aficionado por toda a leitura que envolve o segundo conflito armado mundial tremo da cabeça até a ponta do pé, imaginando a repetição do sofrimento e da desgraça acarretados à humanidade, como um todo, pela última grande guerra.
Desde a época da Guerra Fria este é o momento mais delicado que o mundo enfrenta ante o risco de um conflito generalizado. Conflito esse, caso ocorra, de consequências inimagináveis de destruição e de danos irreparáveis para a subsistência do planeta.
Vale a pena lembrar que foram usadas apenas duas bombas atômicas na Segunda Guerra Mundial, lançadas pelos Estados Unidos sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, respectivamente, nos dias 6 e 9 de agosto de 1945. A destruição causada é do conhecimento de todos.
Imaginemos agora o que restaria de nosso planeta se utilizado num conflito generalizado o arsenal, estimado em 12 mil ogivas nucleares, distribuídas por nove países: Rússia, Estados Unidos, China, França, Reino Unido, Índia, Paquistão, Israel e Coreia do Norte.
Apenas para termos uma ideia, atualmente, 500 ogivas nucleares estão disponíveis para serem usadas pelos militares chineses, encontradas em mísseis balísticos operacionais na terra e no mar, e em aeronaves com configuração nuclear.
Agora, analisemos os conflitos armados em andamento em países de diferentes continentes. Em 2022, quando o mundo começava a sair da pandemia de Covid-19, a escalada das tensões entre Rússia e Ucrânia teve o pior desfecho e ainda continua; em seguida, Israel e Hamas, na faixa de Gaza, iniciaram as agressões cujos resultados são de cortar corações tamanho a matança que ainda não cessou.
E mais: o Conflito Azerbaijão x Armênia em Nagorno-Karabakn; a Guerra da Síria; a Guerra civil no Iêmen; a continuidade de conflitos históricos como o da Etiópia, na região do Tigré e da China x Taiwan. Existe ainda a Venezuela, um verdadeiro barril de pólvora prestes a explodir numa guerra civil.
Como se não bastasse vem a Coreia do Norte, enviando os seus mísseis em permanente provocação às nações do Ocidente. Agora, a Europa em peso está em prontidão para o que der e vier. Por último, os Estados Unidos da América, ameaçando invadir ou anexar territórios como o Golfo de México, Canal do Panamá, Canadá e Groenlândia.
Onde vamos parar é uma incógnita perigosa em vista do risco iminente de uma deflagração armada de proporção mundial. Que fique claro! Não sou arauto de desgraças. Esta é uma advertência ineficaz, porquanto estar fadada a não obter qualquer eco, quiçá resposta. Trata-se de um mero desabafo.
Após a publicação deste texto eu voltarei a bater ponto na comitiva de cegos que não querem enxergar. Nem por isso a assertiva deixará de existir pois “o pior cego continuará sendo o que não quer ver”.
José Narcelio Marques Sousa – Engenheiro civil