O QUE ACONTECEU COM NICHOLAS? –
Consegui retornar ao meu hábito de leitura. Nem acredito! Fiz um propósito de ler, ao menos, dez páginas de algum livro todos os dias. Como já esperava, a leitura raramente fica só nisso. Decidi, também, me desafiar e ler dois livros ao mesmo tempo. Para mim isto nunca foi fácil. Sou daquelas leitoras que vive a história e me dividir em meu mundo e mais dois mundos extras me parece demais. Estou tentando…
Entre diversos autores já conhecidos ou não, sigo escolhendo meus livros. Claro que não poderia faltar Nicholas Sparks. Já li quatorze livros dele e, desta forma, entendo como ele monta seu personagem e a história que se segue. E gosto! Sem sobressaltos, eu sei. Desta vez, ao finalizar o livro, concluo que não foi dos melhores. Entristeço-me com isso e por isso.
Uma das coisas que me encantam na leitura é, ao fim, ficar com os olhos fechados me despedindo dos personagens já, então, familiares. Saber o caminho que seguiram e, em minha cabeça, planejar onde irão. Desta vez, apenas fechei o livro e guardei meus marcadores. Sem tristeza. Sem saudade.
Parece que Nicholas perdeu a mão. Não me entenda mal! Continuarei, provavelmente, ganhando de meu esposo os outros livros de sua autoria. E quero isso. Mas, entendi que todos nós – até Nick! – às vezes erra na mão!
Enquanto isto me entristecia, repentinamente deu-me um novo ânimo. Olhei um texto que havia acabado de enviar para o blog e que não me parecia perfeito. Tem uns artigos que escrevo que ficam “redondos”: começo, meio e fim. Tem outros que sinto que deixei passar alguma coisa… Uma frase não foi bem desenhada, uma palavra poderia ser substituída por outra facilmente, talvez o fim não fosse conclusivo ou apropriado.
Assim, penso eu, se até Nick errou a mão, eu também posso me cobrar menos, né? E entender que em alguns momentos as palavras vão “emboloar” dentro de mim e não acharão a forma certa de saírem, atropelando-se e caindo nas teclas do computador de forma atabalhoada.
– Tudo bem, Bárbara – disse a mim mesma. – Isto também é aceitável… Cobre-se menos!
Da mesma forma que perdoei Nick, devo me perdoar…
Bárbara Seabra
Cirurgiã-dentista
Professora universitária
Escritora
Nem sempre acertando…
Bárbara Seabra – Cirurgiã-dentista, Professora universitária e Escritora