O SILÊNCIO – José Carlos Gentili

 

O SILÊNCIO –

No universo do caminho a Deus encontramos a franciscanidade a permear os seres humanos em seu processo evolutivo.

Antevisão meteórica – fiat lux – a varrer o Cosmo, resplandece como relâmpago no céu da memória.

A luminosidade no percurso da ascese é irradiante e espargida pela lucerna poderosa da Inteligência luminar, que emerge de figuras transcendentes tais como São Francisco,

que guardam no recôndito de suas almas o estigma do silêncio, via Ensino.

As mensagens textuais encerram no desvão das entrelinhas um mundo metafísico, onde se escondem os sonhos quiméricos e os pesadelos daqueles que não conhecem o silêncio.

Todavia, outros aforismas acerca do silêncio, ensinam-nos a reflexionar.

“É melhor ser rei do teu silêncio do que escravo das tuas palavras”, dizia William Shakespeare, gênio da inglesa Stratford-upon-Avon.

“Os desgostos da vida ensinam a arte do silêncio”, ensinava o estoico Sêneca.

“O silêncio tem a sua linguagem, sabe fazer-se entender”, já afirmava Buda.

Como cultor da dialética do silêncio, aprendi, ouvindo as vozes da sabedoria, que regem o universo dos conflitos dos seres humanos em desassossego.

Com tristeza, vê-se a extinção dos seminários da Igreja, verdadeiras forjas educacionais, formadores de bagagens de ensinamentos, onde a Deontologia, a Ética, a Oratória,

o Direito e a Propedêutica são aríetes, cânones de um aprendizado seletivo, de valor incomensurável.

O latim, o hebraico e o grego são instrumentos de alinhavo institucional, que pavimentam a gnose através dos tempos em seus processos civilizatórios.

A monumentalidade da saga do ensino deve orientar os seres na busca do Bem em suas caminhadas vivenciais.

A Perfeição Humana é o alvo! A Paz – a resultante.

Esta ambivalência cognitiva, incita-nos a reflexões filosóficas e bíblicas, assestadas pelo Papa Francisco, pedra angular da Igreja, recentemente divulgadas numa homilia vaticana.

A cortesia é o cimento que deve agregar as criaturas em devaneios delirantes.

A concretude desta visão papal tem o condão de mostrar-nos os rumos que a sociedade brasileira e a internacional, devem observar no contexto sociológico da atualidade mundial,

onde prevalecem antagonismos deletérios e, sobretudo, até irracionais.

Verdadeiro, profundo, inaudito e irrecusável convite à Paz Social!

Trata-se de um chamamento cívico, de abrangência da raça humana, a promover a primacial ética da alegria, exposta na Ética de Baruch Spinoza, póstuma, dita ser sua magnum opus,

suplementando o Tractatus Theologico-Politicus, que fez emergir a Teoria do Conhecimento, objeto de profundas análises filosóficas dos teólogos liberais do medioevo.

O pensamento baruchiano inaugura a crítica bíblica moderna, postulando que “Deus é o mecanismo imanente da natureza”, enfatizando Ernest Renan que o filósofo judaico/português

“foi quem teve a mais profunda visão de Deus”.

Muitas vezes imputam-nos situações irreais, deveres indevidos, obrigações ilógicas, como se fôssemos responsáveis por pensamentos deletérios por parte de insanidade mental, vesânicos.

A resposta que deve ser dada, nesta quadra da vida mundial, é o silêncio!

Sim, o silêncio da meditação. Este recolhimento cerebral é, sem dúvida, um instrumento de milhares de anos, que visam o despertar da Consciência Superior.

Há uma unicidade que energiza a mente humana para a concentração harmônica dos seres em ascese.

A tradição ióguica conduz-nos à mudanças internas, sem ferir o mundo que nos cerca. Daí, a busca do equilíbrio e do discernimento mental.

Às mentes insanas, vesânicas, que a todo momento encontramos em nosso viver, dê-lhes o silêncio, sem ódio, vez que são autofágicas, deletérias, eivadas de morbidez.

A insanidade é alimentada pelos escombros da sinistra, da sestra humana, que volteiam em torno de energúmenos que se arrastam pelo submundo da fake news, da mentira e do desequilíbrio mental.

Responder à estas vozes doentias, significa rebaixar-se ao nível da miséria humana, mental, esquizofrênica.

Findam como as cinzas que são lançadas ao vento do esquecimento, restos do nada!

 

 

José Carlos Gentilli – Escritor, membro da Academia de Ciências de Lisboa e Presidente Perpétuo da Academia de Letras de Brasília

 

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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