ONDE? NO GRUPO? – 

Onde salvei aquela receitinha de bolo saudável de banana? Onde guardei o comprovante de pagamento da loja que achei no Instagram e, sem pensar muito, comprei dez livros iguais? DEZ! Onde está o prazo para enviar aquele documento? Acabei com várias destas perguntas fazendo novos grupos no WhatsApp: eu comigo mesma.

Foi um acerto! Tudo bem que às vezes ficava sem lembrar em qual grupo havia salvado determinada informação. Ficava com os dedos passando mensagens para cima e para baixo até encontrá-la e soltar um “ufa!” de alívio. Precisei alterar os nomes dos “grupos”.  Receitas! Lembretes! Informações importantes! Decidi que nomes assim facilitariam minha vida. Estava certa! Fui salva por esta organização.

Grupos de WhatsApp são problemáticos, não? Diferente das outras redes sociais, nas quais escolhemos quem ou o quê seguir, o nosso “Whats” não nos dá grandes opções. Nesta fase de “reeducação alimentar” varri de meu Instagram diversos restaurantes e docerias, pois era uma forma horrível de me manter com fome. Foi um corte necessário!, repeti mil vezes para mim…  Esta é uma vantagem. Você segue ou deixa de seguir quem você curte, conhece, gosta do trabalho ou do serviço. Sem peso na consciência. Simples assim.

Mas, o WhatsApp…  Ele não te dá muito este luxo da escolha. Quando você menos espera, te colocam num grupo para discutir o assunto X e ele se perpetua (o grupo), mesmo se o trabalho já acabou. Ou vem o grupo da família e tem algum extremista (não importa se de direita ou de esquerda) e resolve te doutrinar através de vídeos e mensagens sem fim. Ou pensa que está num grupo de amigos e percebe que de amizade não há absolutamente nada, pois vem a insistência religiosa ou a grosseria que te faz pensar por quanto tempo você foi enganado por aquela figura…

Enquanto no Instagram as pessoas se deixam levar por fotos lindas e legendas de uma vibe maravilhosa (Não se engane, pode ser fake news!), nos grupos do Whats parece que é mais fácil alguém perder a cabeça, explodir, falar bobagens e… bum!

FULANO SAIU DO GRUPO

Muitas vezes já saí! Confesso, geralmente foi libertador. Não posso mentir. Outras vezes vejo umas pessoas saindo dos grupos depois de maltratar alguém, sem antes deixar de dizer:

– Fiquem com Deus! Se precisarem, podem me procurar!

Gargalho pensando na incoerência das atitudes, mas grata por ter sido abençoada, mesmo achando tudo isso insano…

Enfim, de uma coisa eu sei, nos grupos eu comigo mesma reina a paz. Eu mando uma mensagem e não aguardo comentários ou respostas. Mando outra e em seguida apago e ninguém me questiona o motivo da atitude. Ah!, e mudo de assunto num piscar de olhos, mas, tudo bem!, entendo que meus pensamentos foram rápidos demais de um extremo a outro. Já me conheço! Isso é normal!

Assim, por experiência própria, posso sugerir que todos, sem exceção, tenham grupos você consigo mesmo e, desta forma, terão menos ranço do WhatsApp e suas notificações.

Ranço? Sim! Assunto para outro dia…

 

 

 

Bárbara Seabra – Cirurgiã-dentista, Professora universitária e Escritora

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