Uma mulher identificada como Jurubith Rausseo García morreu na quarta-feira (1) durante os protestos na Venezuela, segundo informações da ONG Observatório Venezuelano de Conflito Social (OVCS).
Essa é a segunda morte da nova onda de manifestações contra o regime de Nicolás Maduro, iniciada na terça-feira (30) após o presidente autoproclamado Juan Guaidó declarar ter apoio de militares e convocar o povo às ruas em tentativa de derrubar o governo.
Na terça (30), Samuel Enrique Méndez, de 24 anos, morreu durante os protestos que ocorreram no estado de Aragua, no centro do país.
O sindicato dos trabalhadores da imprensa informou que dez jornalistas foram lesionados durante a cobertura dos protestos.
Já são “55 o número de manifestantes assassinados” em ações contra o governo de Maduro este ano, de acordo com a OVCS.
O líder Nicolás Maduro anunciou que participará nesta quinta-feira (2) de uma marcha “ao lado dos sempre dignos e leais oficiais da Força Armada Nacional Bolivariana”.
De acordo com Maduro, 80% dos militares que estavam na base aérea Generelíssimo Francisco de Miranda, conhecida como “La Carlota”, se retiraram quando apoiadores de Guaidó chegaram na terça-feira (30).
“Quando viram a cara dos golpistas, a cara desse monstro o deixaram sozinho. Eles voltaram para suas bases de origem cantando suas marchas militares. Eles disseram não aos traidores, não aos golpistas”, afirmou.
Nicolás Maduro acusou na quarta-feira (1º) a oposição liderada por Juan Guaidó de querer iniciar uma guerra civil na Venezuela. Em discurso, o chavista ainda insinuou que os Estados Unidos poderiam ordenar invasão militar caso a tensão interna escalasse para um conflito armado.
Enquanto Maduro discursava, Guaidó usou as redes sociais para responder ao chavista. “O regime covarde trata de demonstrar com repressão focalizada um controle que já não tem”, acusou o oposicionista, que pediu mais protestos “todos os dias” em discurso no início da tarde.
Essa foi a segunda aparição pública de Maduro desde a escalada das tensões políticas na Venezuela após Guaidó convocar protestos ao afirmar que detinha apoio militar. Houve confrontos entre manifestantes e policiais nos dois dias.
Os EUA tinham planejado exaustivamente e tinham planos de contingência para diferentes cenários sobre a Venezuela, segundo o ministro interino da Defesa norte-americano, Patrick Shanahan.
“O governo [dos EUA] inteiro trabalha nisso, e quando as pessoas dizem que todas as opções estão na mesa, é porque elas literalmente estão.”
A prioridade, segundo ele, é fazer pressão diplomática e econômica.
Outro dirigente norte-americano, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, afirmou a uma rede de TV que “a ação militar é possível”.
“Se é o que for preciso, será o que os EUA farão”, segundo ele.
Para o Brasil, a opção é a não-intervenção, segundo o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
“O Brasil tem posição de prudência. Presidente Bolsonaro tem tido posição absolutamente de prudência. Brasil acompanha, acolhe monitoramentos venezuelanos e ponto. Não é da história brasileira, da tradição brasileira a intervenção em outros países. E isso está completamente afastado do nosso horizonte”, ele afirmou, em entrevista à GloboNews.
A justiça norte-americana negou, na quarta (1) um recurso judicial de Nicolás Maduro, que pretendia impedir Juan Guaidó de representar a Venezuela em tribunais dos EUA.
Os Estados Unidos e mais de 50 outros países reconhecem Guaidó como presidente interino da Venezuela.
A casa do opositor venezuelano Leopoldo López foi invadida e roubada nesta quarta-feira (1º) por vários homens. Testemunhas identificaram os invasores como agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), órgão ligado ao chavismo.
“Foi o Sebin, o Sebin mau, porque há agentes patriotas que querem a liberdade da Venezuela”, disse em entrevista Lilian Tintori, mulher de Lopez, pouco depois de entrar no imóvel.
Lilian e López estão na residência do embaixador da Espanha em Caracas, Jesús Silva Fernández, como hóspedes. Segundo o governo do país, eles não pediram asilo político.
López, que cumpria 14 anos de prisão em regime domiciliar, foi libertado na madrugada de terça-feira (30) por um grupo de militares e funcionários do Sebin que tinham se unido a Juan Guaidó.
Fonte: G1
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