A oposição venezuelana iniciou nesse sábado (1) uma série de protestos para exigir ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) que respeite a autonomia do Parlamento, onde é maioria, e para pedir eleições, que considera a “única saída” para a crise política.
Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai acionaram a chamada cláusula democrática contra a Venezuela, dentro do Mercosul. Os quatro países apontam “ruptura da ordem democrática” na Venezuela depois que o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), instância máxima do judiciário do país, assumiu os deveres da Assembleia Nacional, que tem maioria de oposição ao presidente Nicolás Maduro.
A decisão contra a Venezuela foi tomada apesar de mais cedo neste sábado o TSJ ter recuado da decisão de intervir no Parlamento do país.
No debate, onde havia cerca de mil pessoas, os deputados propuseram remover os magistrados da Sala Constitucional do TSJ, que esta semana emitiram uma sentença com a qual assumiram as funções do Legislativo, embora tenham se retratado depois, após uma reunião entre os poderes públicos.
Após a sessão, os deputados e parte dos manifestantes tentaram caminhar até a Defensoria do Povo para pedir ao seu titular, Tareck William Saab, que rejeite as sentenças judiciais, como fez na sexta-feira a procuradora-geral, Luisa Ortega, ligada ao chavismo, que as considerou uma “ruptura da ordem constitucional”.
No entanto, militares e policiais impediram a passagem dos manifestantes e os dispersaram com gases lacrimogêneos, que atingiram vários deputados.
A reação de Ortega motivou uma reunião na sexta-feira do Conselho de Defesa, convocada por Maduro, na qual os poderes do Estado – exceto o Legislativo – exortaram o TSJ a revisar as sentenças.
Durante a manifestação, o presidente do Parlamento, Julio Borges, disse que o “golpe de Estado” – como qualificou os ditames – continua, apesar do tribunal ter se retratado, e pediu que os protestos sejam mantidos.
Os deputados decidiram marchar na terça-feira até o Parlamento para iniciar a discussão sobre os magistrados.
Sua remoção requereria a autorização do Poder Cidadão, formado pela procuradora, o defensor e o auditor fiscal do Estado, acusados pela oposição de servir ao chavismo.
Também houve pequenos protestos em vários estados do país.
Fonte: G1
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