ORÇAMENTO NACIONAL –
Costumo afirmar que o tempo não integra a Natureza, porquanto ele é uma criação dos homens. Eterna dualidade – o homem e o tempo!
Sol e lua, marcadores dos períodos diurnos e noturnos, impostos ciclicamente pela Natureza – dona do mundo –, senhora do universo e do Criador.
A mensuração dista da Antiguidade com parâmetros solares e lunares e, mais tarde, com as observações estelares, conforme os equinócios.
Sem dúvida! A gnose e os experimentos terrenos alteram-se de acordo com o Poder no mundo, seja ele religioso ou imperial, tanto faz, afinal.
O tempo é companheiro do vento, que passa e não volta. Fugaz como a saudade lusitana, que varre nossos âmagos a feitio de duendes a perambular os meandros de nossas existências.
Ressalto, sempre, que “o tempo é o senhor das ações.”
Os Ritos de Passagem apenas regem os inícios, os meios e os fins daqueles que pensam imaginar e dominar a magia existencial telúrica.
Lembrei-me dos idiotas, dos gananciosos, dos traidores pátrios, dos políticos nefastos, dos beócios com discutíveis cursos superiores, verdadeira elite da corrupção, que falseiam a verdade, afrontando os povos e as nações, ditas civilizadas.
Lembrei-me de Cícero – senhor de cutelo e baraço –, atual, até hoje, em seus pensares.
Marcus Tullius Cícero despontou na vida romana, observando princípios éticos e a orientar a sua grei, incitando-a ao trabalho.
Cícero deve ter ficado desapontado, também, com os traidores do Império, da mesma forma que nós na antiga Pindorama.
Leiamos, então.
“Uma nação pode sobreviver aos idiotas e até aos gananciosos, mas não pode sobreviver à traição gerada dentro de si mesma. Um inimigo exterior não é tão perigoso, porque é conhecido e carrega suas bandeiras abertamente. Mas o traidor se move livremente dentro do governo, seus melífluos sussurros são ouvidos entre todos e ecoam no próprio vestíbulo do Estado. E esse traidor não parece ser um traidor; ele fala com familiaridade a suas vítimas, usa sua face e suas roupas e apela aos sentimentos que se alojam no coração de todas as pessoas. Ele arruína as raízes da sociedade; ele trabalha em segredo e oculto na noite para demolir as fundações da nação; ele infecta o corpo político a tal ponto que este sucumbe.” (Cícero).
Carpe diem, quam minimum credula postero (“Aproveite o dia de hoje e confie o mínimo possível no amanhã”). (Quintus Horatius Flaccus –65 a.C – 8 a.C.).
José Carlos Gentili – jornalista
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