OS MORTOS VIVEM –
Está escrito no livro “O Livro da Sabedoria” de Sua Santidade o Dalai – Lama.
“A terceira fonte da felicidade está nos nossos companheiros. É óbvio que, quando estamos mentalmente tranquilos, somos francos e temos a mente aberta. Mesmo que haja uma grande diferença de opinião, podemos nos comunicar em nível humano. Podemos deixar de lado as diferenças de opinião para nos comunicar como seres humanos. Creio que essa é uma forma de gerar sentimentos positivos na cabeça das outras pessoas. ”
Por que estou escrevendo sobre isto? Porque estou passando por uma fase em que tento entender um pouco a mente humana. As minhas amizades eu procuro mantê-las com o maior zelo, principalmente aquelas feitas na infância, pois envolve além das pessoas uma amizade familiar, que nasceu com os nossos pais ou avós, infelizmente existem algumas criaturas que não entendem assim. Procuro entende-las, mas no íntimo me causa uma tristeza muito grande que só o tempo cura. Nesse clima passei por uma experiência muito gratificante, percebi que os mortos nos estimam e que continuam sendo muito importantes para nós.
Cheguei na minha casa na praia de Cotovelo, do terraço pude contemplar uma lua muito bonita com o seu clarão refletido na água do mar. Sentei-me ali contemplando a obra de Deus e comecei a meditar sobre a vida. Demorei um certo tempo. Entrei, armei minha rede e consegui dormir. Nesta noite tive um dos sonhos mais bonitos de minha vida. Sonhei com três pessoas que não estão mais aqui, mas que eu ainda os estimo muito.
Sonhei com minha mãe. Com a minha cabeça deitada no seu colo e ela procurando me passar a sua tranqüilidade, mostrando-me que a vida é assim mesmo, o que eu estava sentindo, o tempo apagará. Mas, como boa mãe não deixou de me passar um “pito” e disse.
– Filho você já está na idade de conhecer melhor as pessoas.
– Mas mãe são todos meus amigos.
– É o seu ponto de vista, respondeu ela.
Entendi o que ela quis me transmitir, ela deu-me um beijo e disse que tinha que ir.
Sonhei com um amigo, irmão que partiu já alguns anos. Carlos Alberto Liberato, meu querido Carlito. Carlito procurou me convencer que a minha alegria é parte fundamental do meu ser e sem ela eu não serei a mesma pessoa. Rindo olhou para mim e disse.
– Conta para mim aquela do delegado.
Foi um fato ocorrido comigo e um delegado de polícia, que eu embora aborrecido, resolvi com o meu lado alegre da vida. Carlito ria muito com esta história.
Por último falei (em sonho) com meu primo e amigo Newton Pereira Rodrigues, que nos últimos anos de sua vida, nos tornamos confidentes. Todo o dia tínhamos encontro marcado no “O Barzinho” do amigo Severino na Av. Alexandrino de Alencar. Newton me relatou que também teve algumas decepções que o magoaram muito na época que foi Secretário de Transportes e procurou me mostrar que como ele, eu tenho condições de vencer isto tudo.
Acordei bem mais aliviado e naquele momento percebi que os mortos vivem e que é menos doloroso ter um bom amigo morto, de que certos “amigos” vivos.
Augusto Coelho Leal – Eng. Civil, CPF 012439344-68 Rua Múcio Galvão 437-Tirol-Natal
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