OS SETE PECADOS –

Pense num assunto complexo de entendimento, até porque não estão dissecadas, apropriadamente, as perniciosidades dos chamados sete pecados capitais, para o entendimento dos crentes.

Iniciemos com a identificação dos ditos pecados capitais. A Igreja Católica classifica-os como sendo uma série de desvirtudes ou vícios de conduta que agridem o cristianismo. Ele é capital porque somente mediante a confissão, arrependimento ou penitência o fiel terá a alma purificada.

Diferentemente dos dez mandamentos da Lei de Deus, os pecados capitais, se agredidos, não sofrem sansões na justiça dos homens.  Enquanto atitudes como matar, roubar, levantar falso testemunho e tentar a mulher do próximo estão sujeitas a punições no âmbito das leis terrestres; exercitar os pecados capitais constam de atitudes pessoais condenadas, tão somente, por conceitos religiosos.

Analisemos de per si cada um deles:

Orgulho – Está ligado à vaidade e à soberba.  Orgulho é o fato de alguém se achar superior, desprezando outras pessoas. É o oposto da humildade. Ser orgulhoso é uma forma de desprezo ao semelhante e a total ausência de amor ao próximo. O orgulho se conecta à vaidade.

Inveja – É o mesmo que cobiça. O sentimento da inveja é doentio. Faz com que o indivíduo não admita que ninguém, além dele, obtenha benesses iguais ou superior às suas. É o egoísmo potencializado, porém contido.

Avareza – É o apego exacerbado ao dinheiro e aos bens materiais. O avarento acumula riquezas, mas delas nada usufrui nem as compartilha com ninguém, imaginando levar consigo a fortuna para o túmulo. Considera-se um dos mais doentios sentimentos que o ser humano carrega dentro de si.

Ira – É o sentimento descontrolado da raiva, ódio ou rancor que pode ou não gerar o desejo de agir com violência ou crueldade. Quem é dominado pela ira odeia com intensidade e não consegue perdoar, porque o amor não encontra guarida no seu íntimo.

Luxúria – É o desejo pelos prazeres carnais. Quem é dominado pela luxúria vive para o contentamento do corpo sem o controle de seus impulsos sexuais. O estrago causado pelo vício da luxúria se assemelha, em perigo e perniciosidade, ao das drogas pesadas.

Gula – É o desejo insaciável, em geral, por comida e bebida. Associa-se a gula ao egoísmo humano e, de certa forma, à cobiça. Numa análise fria, quem mais padece com os efeitos colaterais da gula, são os próprios glutões.

Preguiça – A Igreja Católica cataloga a preguiça como um dos pecados capitais, caracterizado pela pessoa que vive em estado de falta de empenho, em negligência, desleixo e lentidão, de causa orgânica ou psíquica, que leva a inatividade acentuada. Frequentemente associado ao ócio e a vadiagem.

Todos os sentimentos considerados pecados capitais, no fundo, trazem mais prejuízos para quem os portam ou deles fazem uso, do que para os vitimados por suas consequências. Em resumo, o pecado capital consiste num baita desgaste físico e emocional, alimentado e fortalecido, quando se instala e durante a sua estadia no âmago de cada um de nós.

 

José Narcelio Marques Sousa – Engenheiro e Escritor

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