OS SÍMBOLOS DA CIDADE –
Os símbolos são poderosos. Eles provocam emoção, estimulam lembranças. Conferem identidade, realçam valores positivos. Representam uma coisa distante, muitas vezes abstrata.
Os símbolos são universais, nacionais ou locais. A pomba da paz passou a ser planetária, como é o símbolo da Cruz Vermelha.
A Bandeira Nacional é cultuada há dois séculos. Ela utiliza a criação de Jean-Baptiste Debret feita no começo da nossa nacionalidade. O quadrilátero tem o verde da dinastia dos Bragança, o losango amarelo pertence aos Habsburgo. A figura geométrica, com dois triângulos espelhados, homenageia a mulher, a imperatriz Leopoldina. A esfera é a ligação com Portugal, nela foi acrescido o lema positivista “Ordem e Progresso”.
A cruz, instrumento de suplício, passou a representar a bondade do Cristianismo, o humanismo pregado por Jesus Cristo. Já a cruz gamada do nazismo precede a desumanização, a prática da maldade.
Nem sempre as pessoas percebem o valor simbólico. Por exemplo, a aliança da mão esquerda dos casados e da direita dos noivos. É código universalizado.
Natal, a cidade de inimaginado potencial turístico, tem símbolos respeitáveis. Os naturais, como o rio Potengi e o Morro do Careca. Pela mão do homem, a multissecular Fortaleza dos Reis Magos, a relíquia da ponte de Igapó, a moderna ponte Newton Navarro, a magistral estrela que dá boas-vindas à cidade, criada pelo arquiteto Moacyr Gomes, com os Reis Magos, do artista plástico Manxa.
As árvores simbolizam a vida. A Prefeitura fez a luminosa e linda “Árvore de Natal”, e é a maior do país.
O Baobá é o mais antigo habitante da Cidade. Lembra o livro “O Pequeno Príncipe”, de Saint-Exupéry. A xanana está em todo lugar. É a nossa flor-símbolo. É teimosa, resiliente, flor da manhã e gosta de aparecer e ser bonita.
O complexo de cruzes, que podem ser vistas de qualquer ângulo, assinala a importância da Catedral Metropolitana projetada pelo arquiteto Marconi Grevi.
Quem visita o Parque da Cidade admira o seu majestoso monumento, projetado por Oscar Niemayer.
São símbolos imprescindíveis para as festividades do Natal: o presépio, os anjos, o sino. Tivemos um presépio, projetado por Oscar Niemeyer com obra-prima da “Sagrada Família” de autoria de Dorian Grey. O Estado abandonou e vândalos o destruíram. Os leves anjos que pousavam no viaduto de Ponta Negra certamente voaram, voltaram para o céu.
Seria importante para autoestima do natalense um sino ícone, grandioso, talvez erguido sobre o gabião da Ponta do Morcego. Os turistas buscam saber da cultura visitada, o incomum, o peculiar, o raro. O novo presépio poderia ter a cor local e a simbologia do sublime 3. Os Reis Magos seriam um índio, um negro e um branco; os pastores, vaqueiros; sob o olhar de José e Maria, o Menino em rede de algodão cru. A estrela da nossa bandeira iluminaria o conjunto. Talvez os três Santos Mártires retratados dos trinta que o Rio Grande do Norte oferece ao Brasil.
Diogenes da Cunha Lima – Advogado, Poeta e Presidente da Academia de Letras do RN
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Fsltaram as xanananas l