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O dólar intensificou a queda frente ao real nos últimos minutos da sessão de ontem, antecipando um possível resultado favorável à PEC do Teto de Gastos no plenário da Câmara dos Deputados. No mercado à vista, o dólar fechou em baixa pelo segundo dia consecutivo, com queda de 0,51%, aos R$ 3,2003. De acordo com dados da clearing da BM&F Bovespa, o volume de negócios na sessão somou US$ 146,734 milhões. No segmento futuro, o contrato para novembro perdeu 0,57%, aos R$ 3,2225, com giro de US$ 8,623 bilhões. Ao longo do dia, prevaleceu a expectativa de que a medida que limita gastos do governo seria aprovada com folga na Câmara, o que, se concretizado, deve indicar a capacidade do governo em articular-se em torno do ajuste fiscal. No entanto, os agentes financeiros preferiram esperar até o final do pregão para ajustar suas carteiras a essa perspectiva, de modo a evitar qualquer surpresa negativa no fronte político.
A tramitação da PEC 241 no Congresso foi o principal catalisador do mercado num dia de baixo volume de negócios – por causa de feriado nos EUA – e agenda econômica esvaziada no Brasil e no exterior, o que pode ter acentuado as variações no câmbio. Lá fora, contribuíram para a queda do dólar os avanços dos contratos futuros de petróleo, apoiados pelos comentários otimistas de autoridades da Rússia, Venezuela e Arábia Saudita sobre a possibilidade de um congelamento da produção da matéria-prima. Na disputa presidencial dos Estados Unidos, a avaliação de derrota do candidato republicano, Donald Trump, em debate contra a democrata Hillary Clinton também alimentou o apetite por ativos de risco. Maior evidência disso foi a queda de cerca de 2% do dólar frente ao peso mexicano.
A Bovespa emplacou sua quarta alta consecutiva e renovou o pico do ano, aos 61.668 pontos – ganho de 0,92%. A alta consistente dos preços das commodities favoreceu ações específicas – como Vale e Petrobras -, enquanto o maior entusiasmo com cenário doméstico beneficiou o mercado de maneira geral. Apesar do feriado nos Estados Unidos, as bolsas locais funcionaram normalmente e, em alta, também foram influência positiva para os negócios no Brasil. No que diz respeito ao cenário interno, também pesa positivamente sobre a bolsa a expectativa de queda de juros no Brasil, já na próxima reunião do Copom, na semana que vem. Esse sentimento ganhou mais força na última semana, quando o IPCA teve uma importante desaceleração, para 0,08% em setembro. Um possível afrouxamento monetário no Brasil reduz a atratividade da renda fixa, o que poderia, em tese, aumentar o apetite dos investidores pela renda variável.
No cenário internacional, o principal fator a alimentar o apetite dos investidores foram as altas de 2,6% do minério de ferro no mercado chinês e os ganhos de mais de 2% do petróleo nas bolsas de Nova Iorque e Londres. A alta do petróleo foi favorecida pela expectativa de acordo de limitação de produção entre países produtores da commodity, defendido por Rússia, Arábia Saudita e Venezuela. Como resultado, as ações da Petrobras tiveram ganhos de 3,19% (ON) e 3,08% (PN). Vale ON e PNA foram ainda mais longe, com ganhos de 5,83% e 5,99%, respectivamente, liderando as altas do Ibovespa. Na contramão do mercado, Vivo Telefônica PN caiu 6,92% – maior perda do índice – após a notícia da troca de presidentes na empresa. Amos Genish sai da empresa, a pedido seu, a partir de 1 de janeiro, sendo substituído por Eduardo Navarro, atual diretor comercial da companhia.

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