PADRE PODE, POR QUÊ? –
Padre pode, por quê?
Por que padre pode e você, brasileiro, não pode?
Será medo ou covardia? Ou será pendor político-ideológico, judicante?
Por que prendem uns e não prendem o padre? Medo da Igreja? Medo do povo de Deus? Ditadura da magistratura? Tibieza de caráter de alguns? Afinal, quais serão os por quês?
O brocardo latino – vox populi vox Dei –, é imperecível!
O padre Francisco Assis de Souza é brasileiro! A homilia é pública, é educadora, é evangelizadora, é doutrinária, verdadeiro e pleno exercício de liberdade.
“Qualquer pessoa tem direito à liberdade de expressão. Este direito compreende a liberdade de opinião e a liberdade de receber e de transmitir informações ou ideias, sem que possa haver ingerência de quaisquer poderes públicos e sem consideração de fronteiras”.
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”, é o que prega o Artigo 5º da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.” (artigo 5º da Lei Maior).
Eis a manifestação clerical, ipsis litteris, em que o clérigo emite juízo de valor acerca das urnas eleitorais brasileiras e sua alardeada segurança e inviolabilidade.
Palavras do padre:
“Nem a NASA tem essa segurança, mas a urna eletrônica do Brasil tem. Ninguém pode fraudar, ninguém pode hackear, ninguém pode roubar voto. É uma beleza. Viva o sistema eleitoral brasileiro”, disse o padre. Esta semana, perfis das redes sociais repercutiram a fala do padre Francisco de Assis de Souza da paróquia Primogênita do Coração de Jesus, em Laranjeiras (SE), ironizando a segurança das urnas eletrônicas.
Ao dar os avisos finais da missa do dia 3 de julho de 2022, o padre informou aos fiéis que a página do Instagram da paróquia havia sido alvo de um ataque hacker no dia anterior.
“No Brasil, em termos cibernéticos parece que a única coisa realmente segura é a urna eletrônica”, disse o padre ao rir ironicamente.
“Porque o resto, qualquer hacker pode invadir. Incrível, não é? O Tribunal Superior Eleitoral deveria compartilhar conosco essa tecnologia que ninguém consegue invadir, nem a NASA consegue (ter essa segurança), mas a urna eletrônica do Brasil consegue. É uma beleza. Viva o sistema eleitoral brasileiro. Ninguém pode fraudar, ninguém pode hackear, ninguém pode roubar voto, é uma beleza”, concluiu o padre. (Homilia 3.7.2022.)
O brasileiro não pode e o padre pode, por quê?
José Carlos Gentili – jornalista