Pais, crianças, professores e representantes de escolas particulares de Natal fizeram uma manifestação na manhã desta terça-feira (8) pelo retorno às aulas presenciais durante a pandemia do novo coronavírus.
Os manifestantes colocaram cadeiras e mesas escolares na praça 7 de Setembro, no centro da capital, e usaram cartazes defendendo “direito de escolha” das famílias de mandarem seus filhos ou não para a sala de aula.
Em uma proposta de protocolo entregue ao comitê científico do estado, as instituições defendem um ensino híbrido, com aulas presenciais e à distância. Cada família escolheria se mandaria seu filho ou não para a sala de aula.
As aulas estão suspensas desde o dia 18 de março, por causa da pandemia do novo coronavírus. O último decreto sobre o assunto prevê manutenção da suspensão até o próximo dia 18. Na última quinta-feira (3), o secretário de Educação, Getúlio Marques, anunciou o dia 5 de outubro como data para retorno das aulas em todas as redes de educação do estado, desde que cumpridos os protocolos. No mesmo dia, a governadora Fátima Bezerra (PT) foi às redes sociais declarar que tratava-se de uma previsão de data.
“As escolas adotaram protocolos rígidos. Agora mais do que nunca nos adequamos, investimos. Os pais necessitam desse serviço até para retornar ao trabalho. Cada vez que essa data se retarda ficamos frustados. As escolas permanecem com ensino on-line. Mas queremos dar escolha para quem quer voltar”, afirmou Amanda Paiva, coordenadora de uma escola com 110 alunos no bairro Tirol.
A manifestação desta terça (8) começou por volta das 9h na praça que fica entre a prefeitura da capital, a Assembleia Legislativa e do Tribunal de Justiça do Estado, no centro da cidade.
Os participantes mantiveram distanciamento entre si e usavam máscaras. A administradora Juliana Pereira disse que foi a pedido da filha Laura, de 9 anos.
“Escola é vida. Nossas crianças estão tendo problemas emocionais em casa. As famílias que não podem levar os filhos não serão obrigados. Quando as autoridades dão uma data gera uma expectativa nas crianças e elas se sentem frustradas”, considera.
Para o professor Paulo Garcez, também há o medo do desemprego. “Estamos impedidos de dar aulas presenciais desde março. Não foi dado a nós nenhuma certeza. Precisamos garantir nossos empregos. Tudo está aberto e tiram o direito das crianças. Cada vez mais os desempregos vão aumentando. A gente fica ansioso”, conta.
Fonte: G1RN