VANESSA GURGEL

Vanessa Gurgel

Estamos educando hoje em dia crianças inseguras e amedrontadas. Na idade da minha filha eu tinha total liberdade de ir e vir, para onde quer que fosse. Eu era uma moleca de rua, que andava de bairro em bairro de bicicleta. E hoje cadê essa liberdade para nossos filhos? O descaso do governo tirou deles esse prazer. A grande maioria das crianças simplesmente não sabe andar de bicicleta, pular amarelinha, ou brincar de esconde-esconde na rua. Ah! Como era gostoso. Mas foi roubado deles o direito de serem crianças.

Hoje elas vivem trancadas em casa ou atoladas em um computador. E o grande vilão, o medo, é um sentimento impotente e constrangedor. E a violência que acontece diariamente em todos os lugares do Brasil, é vergonhosa e assustadora. Andamos pelas ruas tensos e ninguém mais confia em ninguém, Qualquer pessoa, moto ou carro que se aproxime, já achamos que seremos a próxima vítima. E as nossas crianças presenciam esse medo no dia-a-dia delas.

O descaso é tanto do governo como da justiça. Sim, a justiça, a partir da inadequação do Judiciário, que acha mil brechas dentro das leis atuais para que haja cada dia mais impunidade. E do governo, que não treina bem seus policiais, não paga bons salários, que não os respeitam, não dá condições dignas de trabalho, não os valoriza, deixando brechas para que eles sejam corrompidos.

Um governo que não educa seu povo de verdade, não enche os bairros mais carentes de cursos profissionalizantes, não incentiva o trabalho e sim enche a população carente de bolsas, acaba criando parasitas. E sabemos que mente parada só pensa em besteira. E o pior é que tais medidas estimulam cada vez mais essas pessoas a terem um numero maior de filhos.

Eu sou totalmente a favor que a classe mais carente cresça, mas cresça com trabalho, com oportunidades, que cresça mentalmente e que não se deixe ser comprada por bolsas. Porque o que parece que o governo quer é exatamente isso: manter o povo ignorante para garantir seu voto a cada nova eleição. E eu creio que projetos assistencialistas são dignos, mas quando não há a intenção de compra de votos.

O exemplo que se pode distribuir renda digna é o do Presidente do Paraguai Frederico Franco. Ele em 2013 usou como bandeira um velho ditado: “Se você der o peixe a quem necessita, você saciará a sua fome apenas uma vez. Entretanto, se você ensiná-lo a obter o peixe quando for preciso, você salvará a sua vida”.Um de seus primeiros atos como presidente foi acabar com as “bolsas”. E aplicou os recursos das bolsas para criar ferramentas novas para o desenvolvimento digno e de progresso para todos.

Ele subsidia terras (depois de avaliar a situação de cada família); fornece sementes e adubos; promove facilidade na instalação de poços d’água; promove a agricultura familiar, e quase toda essa produção é comprada pelo próprio governo. Para alimentação nas escolas, creches e outras instituições do governo. Assim, ele faz com que o cidadão produza e viva por conta própria. O povo vive com a sua autoestima elevada e se sente útil, porque sabe que está produzindo, que aquilo não é uma esmola. É sim, fruto de um trabalho digno. E se ocupam, diminuindo assim a criminalidade.

Já em nosso País, quebrado pelas próprias ações do governo, a gente aceita essa compra de votos com o dinheiro dos altos impostos que pagamos sem recebermos nada em troca. Sem acesso aos direitos básicos que o governo tem obrigação de fornecer a todos: Segurança, Educação, Saúde, entre outros. Uma pena realmente se constatar que de fato nada disso recebemos. E o que me da mais raiva é o discurso populista que adotam, pousando de defensores dos pobres. Por isso finalizo o meu desabafo indagando como fez Renato Russo: Afinal, Que país é esse?

Vanessa GurgelEmpresária e cidadã

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