O papa Francisco recebeu hoje (28) o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, durante um seminário científico sobre proteção ambiental organizado no Vaticano. Ban Ki-moon e o papa reuniram-se em particular durante 30 minutos, antes do início do encontro, disse Ciro Benedettini, vice-diretor da sala de imprensa do Vaticano.
Após o encontro, Ban Ki-moon disse que os dois tiveram “uma conversa muito longa e frutífera”. Ele participa do seminário Proteger o Planeta, Tornar Digna a Humanidade, organizado pela Academia Pontifícia das Ciências.
“Espero com impaciência a encíclica do papa Francisco”, acrescentou a autoridade das Nações Unidas, numa referência à encíclica sobre a ecologia humana que o papa deve publicar em junho ou julho. “A ciência e a religião não têm posições opostas sobre as alterações climáticas”, disse, congratulando-se com os esforços do papa e da Igreja Católica para “chamar a atenção para a necessidade urgente de promover um desenvolvimento sustentável”.
Em relação à conferência sobre o clima, prevista para dezembro na capital francesa, o secretário-geral considerou que “Paris não é um ponto final, mas deve ser um ponto de mudança para encontrar uma via comum de resposta ao desafio que é o clima”.
Ban Ki-moon defendeu que a atenuação dos efeitos das mudanças climáticas é necessária para erradicar a pobreza extrema, reduzir a desigualdade e garantir “um desenvolvimento econômico justo e sustentável”.
“As alterações climáticas estão intrinsecamente ligadas à saúde pública, à segurança da água e dos alimentos, aos movimentos migratórios e à paz e segurança. É uma questão moral de justiça social, direitos humanos e ética fundamental”, destacou a autoridade da ONU.
O secretário-geral das Nações Unidas considerou que as alterações climáticas já estão em andamento afetando especialmente os mais pobres e as atividades humanas.
Agência Brasil