PAPAI NOEL FOI MEU ALUNO… –
A pureza do Papai Noel está presente na vida das crianças do mundo todo, principalmente nos últimos dias do ano quando, vindo do distante polo norte, pilotando seu trenó puxado por renas que se alimentam de um pó mágico produzido por pequenos gnomos, traz os presentes tão desejado por todos os pequenos que se comportaram e foram obedientes durante os meses anteriores.
A figura do bom velhinho, com barbas brancas e roupa vermelha, sempre esteve presente em minha vida. Pequeno ainda, lembro que na noite de sua chegada dormia sonhando com o que haveria de encontrar no interior de meus sapatos no dia seguinte.
Eram soldados, navios, bicicleta, guloseimas, e, até um elefante.
Os tempos passaram e meu herói, que à época me propiciava os Natais mais lindos que pudesse imaginar, continua a existir em meu coração, não apenas como um distribuidor de presentes, mas como alguém especial, capaz de parar o tempo e deixar a emoção falar mais alto, fazendo os semelhantes perceberem que nada acontece por acaso.
Dias atrás, levei quatro dos meus seis netos, a um dos shoppings de Maceió, para conhecerem os enfeites natalinos. Em determinado momento, trazendo um deles nos braços, sentei-me ao lado do Papai Noel, para uma foto que perpetuaria a cena. Quando já ia deixando o local, o personagem falou baixinho em meu ouvido: Professor Rostand, que alegria em o rever, você me ensinou no Elio Lemos, décadas atrás. Mirando seu semblante, sem dizer uma única palavra, senti aflorar um sentimento lindo surgido da simplicidade de um olhar.
Rebuscando as prateleiras do tempo, vi-me com dezessete anos de idade lecionando naquele conceituado Colégio da Ponta Grossa e tendo como alunos muitas pessoas com idade superior à minha. Foi uma época em que sonhava com o futuro, em amar e ser amado, em buscar, esperar e conseguir. Naquele reencontro, vivi um momento mágico que fez surgir um sentimento lindo pela carreira que abracei. Engenheiro de profissão, mas professor por vocação muito aprendi. A prova disso são os gestos encantadores que fiz por merecer e que se perpetuaram em minha memória.
Hoje vivo novamente a época de Natal, quando, cada vez mais acredito que cada pessoa poderia ser um Papai Noel, desde que conseguisse mentalizar seus desejos mais íntimos e neles acreditar. Então veria que na Noite Santa eles também chegarão aos céus, indo se misturar às estrelas e pegando carona no brilhantismo dos fogos coloridos, penetrariam no universo, para, logo após, voltarem cheios de energia, tornando-se reais. Para que tudo isto aconteça, basta ter fé e nunca, nunca desistir de seus sonhos.
Neste final de ano, rodeado por meus familiares do coração, sinto-me feliz em ter tido a oportunidade de acrescentar a meu currículo o fato de, comprovadamente, haver ensinado ao Papai Noel. Talvez, por este motivo, sempre acreditei no bom velhinho. Feliz Natal para todos…
Alberto Rostand Lanverly – Presidente da Academia Alagoana de Letras