Sem mencionar a gravação em que o ex-ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR) sugeria um pacto para conter a Operação Lava-Jato, o juiz federal Sérgio Moro disse ontem, em evento realizado em São Paulo, que o governo não deve interferir no Judiciário. “Assim como a Justiça não interfere na economia, por exemplo”, disse ele. Moro também negou que a operação esteja perdendo ímpeto. “A parte mais visível consiste nas diligências de busca e apreensão e prisões, mas existe todo um trabalho de investigação que é feito entre quatro paredes”. Ontem mesmo a Polícia Federal deflagrou a 29ª fase da Lava Jato, batizada de Repescagem, que tinha como alvo principal João Cláudio Genu, que foi assessor do ex-deputado federal José Janene, morto em 2010, e ex-tesoureiro do PP. Ele foi preso em Brasília e encaminhado à sede da Polícia Federal em Curitiba. Hoje ela sequencia juntamente com a Receita Federal, realizando a 30ª fase da Operação Lava-Jato, intitulada “Vício”. A ação deve cumprir 28 mandados de busca e apreensão, 2 mandados de prisão preventiva e 9 mandados de condução coercitiva nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Os crimes apurados são de corrupção, organização criminosa e lavagem de ativos.