A palavra de ordem, neste momento, com foco na retomada de crescimento da economia é parceria. A avaliação é do presidente da Federação das Indústrias do Maranhão, Edilson Baldez Neves, e define o objetivo do roadshow “Investimento e desenvolvimento do Nordeste”, realizado na última sexta-feira (10), na sede da FIEMA, em São Luís (MA).
O roadshow é promovido pela Associação Nordeste Forte em parceria com a Sudene, BNB, BNDES, CNI e Apex. O evento acontece em todos os estados junto as Federações das Indústrias, da região Nordeste. São Luís é a sétima capital nordestina a sediar o encontro que busca aproximar as instituições e o empresariado local para apresentar como acessar incentivos fiscais e linhas de financiamento que permitam a recuperação do setor industrial e desenvolvimento regional.
“Este é um encontro que reúne atores estratégicos para definir e dinamizar projetos, ações e desafios que possam fomentar a economia regional, podendo resultar em planejamento e políticas dentro da área de atuação da Sudene, que é o semiárido. A palavra de ordem é parceria. E o roadshow acontece no melhor momento em que a economia dá sinais de retomada, apesar da turbulência política”, frisa Baldez.
O superintendente da Sudene, Marcelo Neves, fez um histórico da atuação da autarquia desde a criação, extinção e recriação, em 2007, até hoje. Neves defende uma política especial diferenciada para o Nordeste e justifica esta necessidade mediante indicadores sociais e econômicos da região inferiores a média nacional. Entre eles, o dobro do analfabetismo nacional, 50% dos empregos informais do país estar na região, abrigar 80% dos mais pobres, falta de saneamento básico em 42% dos domicílios e altas taxas de violência, com 42% dos homicídios. Os dados são do relatório Entraves para o desenvolvimento do Nordeste, feito pela Exame/Macroplan.
E para enfrentar esse quadro, o superintendente apresenta instrumentos da nova Sudene como incentivos fiscais, articulação e planejamento de políticas públicas regionais, o Fundo Constitucional do Nordeste (FNE) – operado pelo BNB – e o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), com aplicação de R$ 1 bilhão por ano nos últimos dez anos.
“Precisamos repensar a economia do Nordeste com ações articuladas, que possam fortalecer os indicadores sociais e as atividades econômicas. Precisamos de políticas especial e diferenciada para que possamos reverter esta ideia de que o Semiárido significa subdesenvolvimento. Podemos ser mais fortes e competitivos com as condições diferenciadas”, destaca o superintendente da Sudene.
O diretor regional da Apex Brasil, Sergio Ferreira, mostrou a necessidade de fomentar as exportações para elevar a participação da região na pauta brasileira. A Apex apoia projetos setoriais de empresas exportadoras, com consultorias, realização de eventos de promoção comercial e a qualificação de empresas. Neste último, é feito um atendimento customizado para cada empresa, sobretudo as micro e pequenas, com programas como o Peiex. A Agência atua também na atração de investimentos, com programas em investimento produtivo e investimentos em participação, com fundos de investimentos estrangeiros.
“A qualificação pelo Peiex visa apoiar empresas com interesse e potencial as empresas para entrar no mercado externo, aumentando a participação na pauta, mas também de se tornar mais competitivas”, afirma Sérgio Ferreira.
Em seguida, o engenheiro do BNDES José Lamartine apresentou as lojas de crédito, condições e como os empresários podem acessar os recursos do BNDES, que modificou as classificações de porte de empresas para abranger um maior número de empreendimentos, inclusive as micro, pequenas e até o empreendedor individual. Além disso, Lamartine destacou vantagens de produtos como o cartão BNDES e também as melhorias na celeridade de acesso, com simulação e consulta prévia por meio da internet.
O secretário executivo da Nordeste Forte, Ernani Bandeira de Melo, destaca a criação da associação em prol do setor produtivo da região, ao discutir as principais demandas para alavancar a economia regional. “O desafio do presidente Amaro Sales e das demais federações é que 2018 seja o ano de planejar o Nordeste”, observa Melo.
O economista da Sudene, Aldemir Villaça, ressalta a importância de melhorar o acesso aos recursos do Fundo Constitucional para o Nordeste (FNE), operado pelo bando do Nordeste. Para este ano, o orçamento do FNE é de R$ 27 bilhões, com R$ 12 bilhões aplicados. “A preocupação é fazer com que o empresariado saiba como acessar esse fundo constitucional, de uma forma mais fácil. No contexto de ajuste fiscal e revisão orçamentária é importante não correr o risco de perder recursos e fazer com que o empresa acesse e esse recurso seja aplicado no Nordeste”, disse.
O conselheiro fiscal da FIEMA, Luiz Fernando Rener, enfatiza a importância de ações que considerem a especificidades dos estados da região. O roadshow busca incentivar o setor industrial, mostrando os entraves para o desenvolvimento existentes e como é possível superar. O conselheiro falou ainda sobre a necessidade de inclusão de oito municípios maranhenses dentro da área de atuação do Sudene.
Fonte: FIERN
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