Até pouco meses atrás, uma parte da propriedade da família de Heitor da Silva, na comunidade Vila Nova I, zona rural de Baraúna, não era aproveitada. Agora, abriga mudas de plantas nativas da caatinga. A produção de mudas é uma atividade nova para o agricultor de apenas 18 anos.

Junto com a família, ele recebeu capacitação para aprender a produzi-las, em trabalho desenvolvido pela ONG SOS Sertão. As sementes vêm do Parque Nacional da Furna Feia. Os moradores das comunidades rurais participam do projeto com a coleta das sementes e os cuidados para produção das mudas. Quando elas estão prontas, são vendidas para a ONG. Cada uma custa R$ 3. Uma renda extra num momento importante.

“Nesse tempo mais seco, o dinheiro diminui porque tem que comprar comida para os bichos, não tem como plantar, então as mudas trazem esse dinheiro a mais pra gente. Todo dinheiro é bem-vindo”, comemora o jovem agricultor.

O Parque Nacional da Furna Feia é uma unidade de conservação ambiental administrada pelo Instituto Chico Mendes. A reserva fica entre os municípios de Mossoró e Baraúna, na região Oeste do Rio Grande do Norte. Com uma área de quase 8,5 mil hectares, o parque abriga uma rica biodiversidade da caatinga, além de um complexo de cavernas. Com esse trabalho, a expectativa da ONG é plantar 135 mil mudas até o início de 2023.

O objetivo do projeto é recuperar 106 hectares, mas é só o início do trabalho. De acordo com o levantamento do projeto, o Parque da Furna Feia possui 400 hectares de área devastada. Cada hectare equivale a cerca de um campo de futebol.

Atualmente, sete famílias estão participando da produção de mudas, mas a expectativa é que a quantidade aumente. Durante a capacitação que aconteceu online por causa da pandemia, 90 pessoas das comunidades participaram das aulas e 60 concluíram a aprendizagem.

“É muito bom ver a comunidade participando como agente ativo de tudo isso. Eles vivem aqui e conhecem a realidade do parque. Isso faz com que os moradores das comunidades próximas ao Parque da Furna Feia se sintam parte desse projeto”, explica Lúcia Guaraldo, analista ambiental do Instituto Chico Mendes (ICMBio), responsável pelo parque.

Fonte: G1RN

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