Passageira desembarca do Diamond Princess em Yokohama, no Japão, nesta quarta-feira (19), depois de uma quarentena que começou no dia 3 por causa do novo coronavírus — Foto: Jae C. Hong/AP
Passageira desembarca do Diamond Princess em Yokohama, no Japão, nesta quarta-feira (19), depois de uma quarentena que começou no dia 3 por causa do novo coronavírus — Foto: Jae C. Hong/AP

Cerca de 500 passageiros deixaram, nesta quarta-feira (19), o navio de cruzeiro “Diamond Princess”, que estava em quarentena no Japão desde o dia 3 de fevereiro por causa da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. A embarcação tinha 3.711 pessoas a bordo, e outras 2 mil devem deixar o navio nos próximos dois dias.

O governo japonês tem sido questionado sobre a decisão de manter as pessoas em isolamento no navio, em meio ao aumento no número de casos da doença que, segundo o último levantamento, já deixou mais de 2 mil pessoas mortas só na China. O país já registrou 74,2 mil casos de Covid-19.

Fora da China continental, foram registrados cerca de 905 casos. Em Hong Kong, as autoridades divulgaram que uma segunda pessoa morreu por conta da doença. A vítima é um homem de 70 anos que estava internado desde o dia 12 de fevereiro em um hospital local.

Citando um estudo realizado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China, com uma amostra de 44 mil pessoas, o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou na segunda (17) que mais de 80% dos pacientes sofrem uma forma muito leve da doença.

“Proporcionalmente, fora de Hubei esta epidemia está afetando muito pouca gente”, afirmou.

Zhong Nanshan, especialista da Comissão Nacional de Saúde Chinesa, disse que 85% dos pacientes podem melhorar “se contarem com bom suporte (médico), tratamento e estar bem alimentados”

Com base nestes dados, encarregados da OMS insistiram em que a epidemia do Covid-19 é “menos letal” que a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) ou a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers). A OMS também elogiou a China por tomar medidas drásticas para conter o vírus.

Wuahn, capital da província de Hubei, realiza “uma prática de saúde pública muito boa”, com vigilância ativa e porta a porta, disse Michael Ryan. Mesmo assim, a situação continua difícil em Wuhan, onde o diretor de um hospital morreu na terça (18), a sétima pessoa da área de saúde a morrer por Covid-19.

Cerca de 56 milhões de pessoas estão em quarentena na província de Hubei, foco da epidemia.

Após a decisão dos Estados Unidos de repatriar 300 americanos do navio na segunda-feira, outros países como Reino Unido, Canadá, Austrália, Hong Kong e Coreia do Sul seguirão a iniciativa.

Temor econômico

Apesar das garantias da OMS, a preocupação persiste. Um salão internacional de invenções foi adiado em Genebra, um evento de artes marciais em Singapura será realizado a portas fechadas e os lutadores chineses foram excluídos do campeonato asiático na Índia.

Nesta terça, a Rússia declarou, ainda, que nenhum cidadão chinês poderá entrar em seu território a partir de 20 de fevereiro.

A União Europeia, por sua vez, cancelou um deslocamento dos presidentes das instituições europeias a Pequim, previsto para o fim de março para preparar uma cúpula UE-China, agendada para setembro na Alemanha.

As cadeias produtivas de multinacionais como Foxconn, provedora da Apple, foram interrompidas após o fechamento temporário de fábricas na China.

A Apple anunciou nesta segunda que não atingirá sua previsão de faturamento no segundo trimestre, já que o abastecimento de seu principal produto, o iPhone, estará “temporariamente limitado” e a demanda na China foi afetada.

O BHP, maior grupo minerador do planeta, advertiu que a demanda de commodities pode ser afetada, especialmente a de petróleo, cobre e ferro, se a epidemia continuar avançando.

Fonte: G1

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