PELA ÚLTIMA VEZ –
Tantas vezes em nossas vidas fazemos coisas pela última vez e nem sequer nos damos conta disso. Brigamos, beijamos, construímos ou plantamos alguma coisa pela última vez. E, sejam lá por quais motivos, aquelas ações são tiradas de nós sem que possamos repeti-las, sem que possamos melhorá-las.
Alguém mencionou que Bruce Springsteen sempre toca como se fosse a última vez. Acredito que isto quer dizer que ele sempre dá o seu melhor, que faz a coisa de maneira irretocável. Todos deveríamos agir assim na nossa vida inteira.
Fazer o melhor no trabalho, independente se é segunda ou sexta-feira, tratar melhor as pessoas que nos cercam, esquecendo a nuvem cinza de problemas que cada um de nós carrega. Dar cada suspiro cheio, completo e satisfeito, sabendo que foi o melhor e o mais perfeito que poderíamos ter feito naquele momento.
Eu já mencionei em um artigo anterior as nossas últimas palavras, que deveriam ser de amor, de conforto, aceitação e carinho para cada um dos nossos próximos. Mas as atitudes, as últimas reações, as últimas criações de cada um, mesmo que não sejam realmente as últimas, nunca devem ser menosprezadas ou deixadas de lado.
O último fruto de nossos movimentos, a última criação, a última reação deve ser única, especial. Verdadeira e cândida. Honesta e honrosa.
Se pensarmos, agirmos e falarmos assim, não importa quando será a última porque ela será parte de um todo. Da pessoa exata que nos tornamos. Melhores, mais afáveis e mais justas.
Como uma corrente ou uma pirâmide (que anda tão na moda hoje em dia) seremos elos, seremos bases firmes, homogêneas e confiáveis. Seremos o que deveríamos e gostaríamos de ser.
Assim, as últimas lembranças que deixaremos serão uniformes e firmes da pessoa maravilhosa que iremos nos tornar. Uma única vez, por muitas últimas vezes.
Ana Luiza Rabelo – Advogada ([email protected])