Os jogos de palavras são apreciáveis porque é interessante lidar com as mesmas. Quando consultamos um dicionário e encontramos uma palavra desconhecida, representa uma fonte de esclarecimento.
Nosso interesse pelas mesmas e o prazer que elas proporcionam, transformam nossos pensamentos, quando falamos ou escrevemos.
Nossa capacidade de pensar está limitada pelo número de termos que dominamos. Se tivermos um extenso vocabulário e pudermos construir frases e parágrafos eficientes, estaremos mais aptos para nos expressarmos.
Escrevemos para dizer aos outros aquilo que pensamos. A simplicidade é o indício mais patente de clareza de pensamentos. A prolixidade é, pois, um reflexo do pensamento do autor; um meio de que pode valer-se para ocultar o que pensa – talvez até mesmo de si próprio. Lembrando Samuel Coleridee (1772-1834), “Se os homens apenas dissessem em termos simples aquilo que tem a dizer, quão mais eloqüentes seriam”.
O pensamento deve ser transmitido com precisão (sem ambigüidade). A brevidade não deve ser obtida com o sacrifício da clareza, da acuidade, do interesse e da coerência.
Ao escrever, cada autor tem o seu estilo e diversos autores definiram esse termo: Swift “palavras adequadas nos lugares adequados”; Newman “refletir usando a linguagem”; e Mathew Arnold “o segredo do estilo está em ter algo a dizer e dizê-lo tão claramente quanto possível”.
Assim, como nossa maneira de falar é influenciada pelo que ouvimos, também nossa maneira de escrever recebe a influência do que lemos.
Não há apenas uma forma correta de escrever, já que a maneira pela qual uma pessoa seleciona e ordena palavras para transmitir uma idéia reflete a personalidade dessa pessoa e sua sensibilidade para com as palavras.
Pensamos com palavras e ao escrever procuramos captar nossos pensamentos. Portanto, escrever é, um processo criativo que nos ajuda a selecionar nossas idéias, preservando para posterior consideração. Afirmou Sir Arthur Quiller-Couch “As palavras são (…) a única moeda com que podemos cambiar idéias, até mesmo em nossos monólogos. Disso não decorre, portanto, que quanto mais acuradamente usarmos as palavras mais precisamente explicaremos nossos pensamentos? Disso não decorre que através do exercício de escrever com clareza treinamos nossas mentes para tornarem cristalinos nossos pensamentos?”.
É com palavras que raciocinamos e quando escrevemos damos expressão aos nossos pensamentos.
 
 

Lenilson CarvalhoDentista e escritor

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