1- Carlos Wizard Martins é um bilionário brasileiro inusitado. Trabalha pro bono, em Roraima, com os refugiados venezuelanos. É missionário da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Foi lá que conheceu o General Eduardo Pazuello, que o convidou para ser conselheiro pro bono da pasta da saúde. Afinal, o orçamento da saúde é um dos maiores da União.
Em vez de seu conhecimento ser aproveitado e sua disposição elogiada, Carlos passou a ser boicotado por setores da mídia e da sociedade.
“O que um industrial, proprietário de rede de pizza (ele controla a Pizza Hut, dentre outras empresas) vai fazer no Ministério da Saúde?” – indagaram os incautos. Ele respondeu exemplarmente: “E o que eu entendo de fazer pizza? O que eu entendo é a minha posição como gestor, de avaliar, projetar, contratar profissionais qualificados. É muito mais importante você ter noção de gestão, ter metas”.
Sua meta era diminuir em 20% os gastos do Ministério da Saúde, além de tirar do papel um projeto para desenvolvimento de um laboratório de biossegurança, nível 4, em parceria com a Fiocruz.
Mas foi abatido, praticamente sem assumir seu cargo. A empresa de seus filhos passou a ser boicotada pelos que se opõem a Bolsonaro. Para não prejudicar seus filhos, voltou para Roraima, onde continuará servindo ao governo.
É a marcha da insanidade. O Brasil está de ponta-cabeça. Anda confundindo hemorroida com hemograma.
2- Já escrevi anteriormente que nenhuma democracia que mereça este epíteto adota algo parecido com o art.142 da nossa Constituição. Somente Pinochet e Ortega copiaram o teor deste artigo.
É tão difícil para um inglês entender isto, que o Financial Times, no editorial do último domingo (7/6/20), equivocou-se. Diz o editorial: “… Mas poucos presidentes eleitos atenderiam e contemplariam protestos nos quais os manifestantes pedem pelo fechamento do Congresso e da Suprema Corte, sendo substituídos por uma lei militar”.
O jornal interpretou o art.142 como sendo uma lei militar, quando é uma lei constitucional, escrita por civis. Mas que, obviamente, oferece tanta autonomia de atuação às Forças Armadas, que foi vista como uma lei militar. O informativo, na verdade, desinformou o público inglês, em especial.
Provavelmente o Financial Times não sabe que este artigo foi redigido sob a espada do General Leônidas Pires Gonçalves.
3- A ojeriza do Ministro Celso de Mello para com Bolsonaro não tem limite. Agora Sua Excelência compartilhou em um grupo de WhatsApp, o editorial de ontem (7/8/20) do Financial Times. Por sinal, bastante crítico ao PR.
Sem entrar no mérito do mesmo, seria de se esperar que a mensagem de Mello vazasse para a imprensa. Era, provavelmente, o que desejava. Se não fosse, deveria ser menos negligente.
Como um juiz com tamanha parcialidade continua atuando em processos que envolvam o governo Bolsonaro? Seus pares, calado estão.
Afinal, o STF funciona melhor aberto ou fechado?
Jorge Zaverucha – Mestre em Ciência Politica pela Universidade Hebraica de Jerusalém, Doutor em Ciência Política pela Universidade de Chicago; Professor titular aposentado do Departamento de Ciência Política da UFPE; Consultor da Empower, Consultoria em Análise Estratégica e Risco Político