1- Segundo estudo do Banco Mundial, cerca de 140 milhões de brasileiros, podem cair na pobreza nos próximos dez anos. São os “brasileiros do meio”.

Quem conseguir conseguir conquistar esta fatia do eleitorado será, provavelmente, o próximo Presidente do Brasil em 2022.

Daí a ferrenha disputa entre Bolsonaro e oposição sobre a narrativa sobre a responsabilidade da tragédia econômica que se avizinha. A disputa será menos sobre o número de mortos, em consequêncida da pandemia, e mais sobre quem sobreviverá economicamente.

2- Bolsonaro está colhendo os frutos do maior defeito de seu governo: o familismo. Isto nada tem a ver com a “nova política”, pois é mais antigo do que a Terra.

Sabia do envolvimento dos seus filhos durante a campanha eleitoral, e achei que era válido. Afinal, campanha é guerra.

Contudo, fiquei estatelado ao ver a imagem de seu filho Carlos, servindo de escudo para o pai no automóvel que fazia o trajeto do cortejo presidencial. Ele não foi treinado para aquilo. Havia quem o fizesse profissionalmente.

De lá para cá, os laços familiares e presidenciais foram se avolumando, e apontavam para um desfecho nada agradável. Como sói acontecer em casos similares como a história conta.

3- Fera ferida. “Infelizmente, o Ministério da Saúde, hoje, não exerce uma função de gestão da saúde, é um ministério sob ocupação militar e de números militares. […] Os médicos não sabem fazer guerra e os generais não sabe fazer saúde”– Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde)

Economista sabe fazer saúde? Pois Serra foi um dos melhores ministros da Saúde que o Brasil já teve. E agora Mandetta?

Mandetta como médico cometeu erros atrozes. Um dele foi permitir o uso da hidroxocloroquina para pacientes em estágio avançado do covid e não em seus estágio iniciais.

Vamos deixar o General Pazuello trabalhar e, posteriormente, avaliamos sua atuação.

 

 

 

Jorge Zaverucha – Mestre em Ciência Politica pela Universidade Hebraica de Jerusalém, Doutor em Ciência Política pela Universidade de Chicago e Professor titular aposentado do Departamento de Ciência Política da UFPE

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