1- Não tenho a menor simpatia por Gilmar Mendes seja como pessoa ou ministro do STF.

Lamento que o Presidente do Senado, não cumpra com o seu dever cívico de pautar o pedido de impeachment deste agente público. É uma prova de quão capenga é nossa democracia.

Sua declaração de que Bolsonaro associado às Forças Armadas estariam cometendo genocídio é inadmissível. Mas, o meio usado pelo Ministro da Defesa também é inaceitável. Em primeiro lugar o general Azevedo pediu à PGR que o ministro fosse enquadrado na Lei de Segurança Nacional, uma lei aprovada nos estertores do governo Figueiredo. Castigo para o STF que, também, vem usando este diploma legal contra pessoas que ofenderam honra de juízes. E a elite política é responsável pela permanência desta lei pois podia aboli-la, mas não o fez. Ao contrário do Uruguai, Chile e Argentina.

Em segundo lugar, o MD foi muito além. Solicitou que fosse usado o Código Penal Militar para punir Gilmar Mendes. Isto nunca aconteceu desde 1985 quando findou o regime militar. Em democracias, apenas militares podem ser sujeito a este tipo de Código. Tudo pode ser resolvido pelo Código Penal.

Para mim é a maior manifestação de autoritarismo do governo Bolsonaro desde que assumiu a Presidência da República.

 2- O governo norte-americano possui um ministro da saúde. Mesmo assim, as mortes não param de crescer.

Para Gilmar Mendes, Trump também seria um genocida?

 

 

Jorge Zaverucha – Mestre em Ciência Politica pela Universidade Hebraica de Jerusalém, Doutor em Ciência Política pela Universidade de Chicago e Professor titular aposentado do Departamento de Ciência Política da UFPE

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