1- Quem diria que a saída de Moro do governo ajudaria Bolsonaro deste modo?
Temeroso da candidatura de Moro em 2022, parte do “centrão” corre para os braços do Presidente. Não porque, necessariamente, almeje cargos. Mas, por temer uma mais rígida fiscalização de seus atos não republicanos por parte de Moro.
Assim sendo, a possibilidade de impeachment de Bolsonaro torna-se ainda mais remota. Contudo, a denúncia de Moro de que o Presidente não combateu a corrupção como deveria, toma corpo. Definitivamente, o Brasil não é para amadores.
2- “Mais mulheres, mais policiais e muito mais mulheres policiais. A disputa pelas prefeituras de capitais deste ano, a primeira após a eleição do presidente Jair Bolsonaro, terá um maior protagonismo de policiais militares, civis e mais candidaturas femininas competitivas.
Ao menos oito mulheres policiais são pré-candidatas a prefeituras do Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Aracaju, Goiânia e Manaus, sendo seis delegadas de polícia e duas policiais militares. Na eleição de 2016, apenas uma policial disputou uma prefeitura de capital, em Goiânia.
As candidaturas vão desde partidos mais à esquerda, como PT e PDT, até legendas conservadoras, como DEM, PSC e Podemos. Pelo calendário eleitoral, as siglas têm que confirmar o nome dos candidatos entre 31 de agosto e 16 de setembro. O registro deve ser feito até 26 de setembro.”, diz a reportagem da Folha de S. Paulo.
Três observações: 1) Excelente ver mulheres, vinculadas à área da segurança pública, participando cada vez mais da disputa eleitoral; 2) Suas campanhas pregam o fim da violência e combatem a corrupção; 3) Algumas delas são de partidos oposicionistas e levantarão a bandeira que Bolsonaro empunhou nas eleições de 2018. O rio parece desembocar no mar.
Jorge Zaverucha – Mestre em Ciência Politica pela Universidade Hebraica de Jerusalém, Doutor em Ciência Política pela Universidade de Chicago e Professor titular aposentado do Departamento de Ciência Política da UFPE