1- Muitos brasileiros continuam a ver na atividade política um meio de subir fa$$il na vida.
Temos hoje 33 partidos políticos e há 79 na fila para serem oficializados. Haja ideologia!
Se já não somos, certamente seremos o país com o maior número de agremiações partidárias do mundo. Embora não seja tarefa tão fácil obter o registro de um novo partido.
Enquanto isto dorme nos escaninhos do Congresso Nacional a reforma política. E com ela a baixa qualidade de nossa semidemocracia.
2- Em 29 de julho passado, Dilma Rousseff resolveu lembrar o 66o. aniversário de Hugo Chávez. Dentre outras diatribes declarou que “Felizmente, Chávez fez de seu país um paradigma de resistência. A Venezuela e todos os países irmãos do continente haverão de superar a pandemia e em seguida derrotar o neoliberalismo, as elites predadoras de suas riquezas e as ameaças externas.”
Desconhece os 25 milhões de venezuelanos (dentre os 32 milhões que passam fome), afora outros três milhões que deixaram o país. Alguns se refugiando no Brasil. Dilma não consegue pensar sem um corrimão, como lembrou Hanah Arendt
Dona de amplas reserva de petróleo, a Venezuela hoje importa o óleo do Irã por ser incapaz de refinar o mesmo. Mais um exemplo do que se chama da “maldição do petróleo”. Muita riqueza e a elite trata de predar o estado até a última gota. Mas, Dilma acha que tudo é culpa do neoliberalismo e dos fascistas brasileiros.
Como seria o Brasil se Haddad tivesse ganho a última eleição presidencial apoiado por um partido que apóia ditadores e saqueiam as contas públicas?
3- Israel sempre fez uma distinção entre o Líbano, como país, e o Hezbollah como organização xiita apoiada pelo Irã. Sempre achei esta separação artificial. Não ver a realidade interessa para os EUA, Franca e URSS. Mas não para Israel. O Hezbollah é muito forte no parlamento libanês e é, bem provável, que o exército nacional esteja apoiando a organização terrorista.
Em bom tempo Israel desfez esta malfadada distinção. O poder político libanês será, também, responsabilizado pelos ataques provocados pelo Hezbollah contra Israel. É uma tentativa de que os libaneses não xiitas tomem as rédeas do país e evitem dar apoio à guerrilha.
Pode ser que a tática de conciliação da elite cristã e sunita com o Hezbollah já não surta mais efeitos. Se este for o caso reforça o dito de Churchil segundo o qual “um conciliador é alguém que alimenta um crocodilo, esperando ser devorado por último.”
Pobre Beirute, a outrora Paris do Oriente Médio.
Jorge Zaverucha – Mestre em Ciência Politica pela Universidade Hebraica de Jerusalém, Doutor em Ciência Política pela Universidade de Chicago e Professor titular aposentado do Departamento de Ciência Política da UFPE