Considero exagerada a presença de militares no aparelho de estado brasileiro. O motivo disto não é apenas o desejo de Bolsonaro em criar uma espécie de “bunker” político. Mas, também, fruto da desídia do mundo civil.
O Exército é hoje a segunda “empreiteira” do país. Com o esfacelamento de carteis de pavimentação de obras fruto de corrupção, o Exército é chamado para dar conta do recado. E vem dando a contento em doze trechos de rodovias federais. São R$ 235 milhões em obras assinadas pelo governo Bolsonaro.
O remédio pode ser, temporariamente, positivo. Mas é mais uma amostra da disfuncionalidade do estado brasileiro.
Jorge Zaverucha – Mestre em Ciência Politica pela Universidade Hebraica de Jerusalém, Doutor em Ciência Política pela Universidade de Chicago e Professor titular aposentado do Departamento de Ciência Política da UFPE