Conhecei a expressão “dita blanda” através do meu professor Guillemo O´Donnell. Argentino, ele sabia do montante alto de mortos e desaparecidos nas ditaduras argentinas e chilenas– “diatas duras” — quando comparadas à brasileira. Não havia qualquer conotação moral neste termo. Ou seja, qualquer ditadura é cruel. Só que há umas que matam mais do que outras por uma série de razões.

Este termo, todavia, ao ser usado, em 2009, por editorial da Folha de S. Paulo, causou o maior furor a ponto do seu proprietário ter que pedir desculpas, por uma verdade factual.

O assunto continua rendendo até hoje. As energias deveriam ser gastas para explicar o motivo pela qual parte substancial do legado autoritário de 1964 continua em vigor em Pindorama. Ao contrário da Argentina e do Chile.

 

 

 

Jorge Zaverucha – Mestre em Ciência Politica pela Universidade Hebraica de Jerusalém, Doutor em Ciência Política pela Universidade de Chicago e Professor titular aposentado do Departamento de Ciência Política da UFPE

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *