1- O orçamento total do Ministério da Defesa previsto para 2021 é de R$ 110,7 bilhões, um valor 4,83% maior do que o orçamento para 2020. Mesmo em época de pandemia.
E ainda há gente que acredita em possível impeachment de Bolsonaro…
2- Bolsonaro prometeu durante a campanha presidencial acabar com a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), popularmente conhecida por TV Lula. Em vez disso, colocou um general para dirigir a EBC. Ele conta com 48 assessores e assistentes. Todos em cargos comissionados. Virou a TV Bolsonaro.
3- Quando a Operação Lava Jato foi iniciada tinha plena convicção que seu fim seria similar ao da Operação Mãos Limpas na Itália.
Só não imaginei que Sergio Moro viria a ser odiado por Lula e Bolsonaro, pelo PGR e membros do STF. Uma conjugação transversal de interesses e vaidades. Gilmar Mendes, por exemplo, acha que Moro julgou Lula com parcialidade. Contudo, considera-se apto para julgar seu amigo, José Serra.
A pergunta continua no ar: o STF funciona melhor aberto ou fechado?
4- Finalmente, FHC fez seu mea culpa por ter apoiado a Emenda da Reeleição. Seu governo fez um festival de práticas clientelistas em troca de votos no Congresso. Foi a antessala do mensalão.
FHC disse que fez isto pois queria “fazer algo” pelo país. Tão bonzinho o Presidente. Podia ter feito como o Presidente Sanguinetti do Uruguai que saiu do governo, apoiou a Emenda e depois foi reeleito. É que Sanguinetti, ao contrário de FHC, não quis “fazer algo” pelo seu país…
Não dá para comparar a qualidade da elite uruguaia com a brasileira.
Jorge Zaverucha – Doutor em ciência política pela Universidade de Chicago (EUA), é professor titular do departamento de ciência política da Universidade Federal de Pernambuco. Autor do livro “FHC, Forças Armadas e Polícia – Entre o Autoritarismo e a Democracia” (2005, ed. Record)