PEQUENOS OBJETOS, GRANDES RECORDAÇÕES –

Hoje decidi começar a trabalhar mais cedo para que pudesse sair da mesma forma, mais cedo também. Foi uma decisão acertada que me deu oportunidade de ver via Netflix o filme Flores Raras.

Observando a poetisa americana morando no Brasil e colecionando prêmios, inclusive o cobiçado Pulitzer, a Bishop, vivenciando uma relação homossexual nos anos 50/60 com a arquiteta carioca Lota, comecei a apreciar os cenários paradisíacos de Petrópolis e a mergulhar no prazer de curtir recordações extraídas de pequenas coisas.

Assim, após o filme, passei pelo quarto de Gabriel para verbalizar meu amor por ele e fui olhando as frutas que tanto amo, a pinha pronta para me proporcionar deleite, as uvas verdes e as uvas passas, o café, a saltenha finalmente no forno made in Nelsinho Mattos, os ets aprisionados nas paredes, as fotos com meus amores: Mel, Gabriel, Deinha, papai, mamãe, Flamengo, ABC, Sai Baba, Krishna, os bonequinhos das deidades hindus, dos santos católicos, do mestre Jesus, os livros, o guarda roupa aberto, a rede de dormir, a lavanda, a varanda, a geladeira, a pinça finalmente posta na pasta, o tempo, o amor, a vida sentida, apreciada, amada, de fato lindamente apropriada.

Dar um expediente em casa é tirar proveito em benefício próprio, é agregar valor, desenvolver felicidade, criar energia extra para tocar o barco, mais centrado, mais amado, mais realizado.
Experimentem a felicidade disponível dentro, fora existem apenas signos, referências, lembranças, que podem e devem direcionar, impulsionar e elevar a gente, para o paraíso que nasce quando choramos ao aqui estar e continua quando sorrimos, por aqui navegar.

 

Flávio RezendeJornalista e ativista social

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