Três cidades do Rio Grande do Norte são alvo do estudo que quer precisar de que forma o novo coronavírus está se propagando em todo o Brasil: Natal, Caicó e Mossoró. O Ibope Inteligência é quem aplica a pesquisa, que está sob coordenação da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). O projeto já foi iniciado em terras potiguares.
De acordo com o Ministério da Saúde, que é quem financia os trabalhos, a intenção é criar políticas públicas “mais eficientes” sobre o comportamento da Covid-19 no Brasil a partir da coleta de dados feita no levantamento, que foi denominado “Evolução da Prevalência de Infecção por COVID-19”.
Ao todo, segundo o MS, 99.750 pessoas de 133 municípios de todas as regiões do país serão submetidas ao teste rápido (sorologia), que detecta se a pessoa já teve a doença, além de responderem aos questionários dos pesquisadores. Foram enviados 150 mil testes rápidos para viabilizar a ação.
Durante a pesquisa, as pessoas são entrevistadas e testadas em casa, por meio de sorteio aleatório. Se o resultado do teste der positivo, os profissionais entregam informativo com orientações e repassam o contato do participante para a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, que ficará responsável por informar as secretarias de saúde locais para acompanhamento e suporte dos casos.
Todo morador que aceitar participar da pesquisa terá que assinar um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido que informa sobre os objetivos, procedimentos, possíveis riscos, sigilo dos dados, voluntariedade da participação, entre outros aspectos. Os moradores adolescentes e/ou adultos legalmente incapazes receberão o Termo e terão que ser autorizados pelos pais e/ou responsável para participar.
Com relação às cidades potiguares escolhidas para a produção de amostra para a pesquisa, o Ministério da Saúde afirma que, até esse sábado (17), 20 pessoas de Natal, 44 de Mossoró e quatro de Caicó participaram. A coleta segue em andamento.
Na quinta-feira (14), a Polícia Militar foi acionada para uma ocorrência na Zona Oeste de Natal. Segundo a corporação, as pessoas que ligaram para o 190 informaram que havia estelionatários se passando por pesquisadores aplicando golpes na região. Eram os profissionais que atuam no levantamento da UFPel.
Em nota encaminhada à imprensa, a coordenação da pesquisa alega que os PMs, ao chegarem ao local, agiram com truculência, impedindo o trabalho. Por nota, a Polícia Militar informou que os pesquisadores estavam sem documentação que comprovasse sua atividade e que foram levados para a delegacia, para prestar esclarecimentos.
A PM também afirma que a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) informou, na ocasião, que desconhecia qualquer projeto nesse sentido. Após mais algumas averiguações, ficou constatado que era verdadeira a pesquisa e os detidos foram liberados.
“Apesar de tudo, nossas equipes estarão em campo até terça-feira (19) para garantir que o maior estudo populacional sobre coronavírus do país continue, e que, no final, nossos pesquisadores sejam aplaudidos e não agredidos”, declarou a coordenação da pesquisa em nota.
Fonte: G1RN
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