Uma pesquisa sobre o câncer de próstata desenvolvida por profissionais da saúde da Liga Contra o Câncer, de Natal, tem ajudado pacientes do Rio Grande do Norte em estágio avançado da doença no tratamento. O estudo busca prolongar a expectativa de vida a e reduzir o risco de morte.
O trabalho aborda um tratamento sobre a aplicação de quimioterapia e bloqueio hormonal duplo em pacientes com câncer de próstata com metástase, ou seja, já em estágio avançado.
Esse estudo é chamado de “Arasens”, que utiliza os fármacos darolutamida e docetaxel em pacientes recém diagnosticados com metástase ou que recidivaram (em quem a doença reapareceu).
O estudo indicou uma redução de risco de morte de 32% por meio da terapia de bloqueio hormonal duplo.
Esse trabalho foi reconhecido internacionalmente neste mês de junho, quando foi apresentado no encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco) e publicado na The New England Journal of Medicine – uma das revistas acadêmicas de maior relevância mundial na área médica.
Em curso há quatro anos, a pesquisa é conduzida em Natal pela oncologista clínica e coordenadora médica do Departamento de Pesquisa Clínica da Liga, Andrea Juliana Gomes.
O tratamento foi realizado em cerca de 1,3 mil pacientes em todo o mundo, sendo alguns deles na Liga Contra o Câncer em Natal.
“A importância de se fazer esse tipo de estudo é, primeiramente, levar ao paciente a possibilidade de viver mais. A pesquisa facilita o acesso dos tratamentos aos pacientes, porque há várias medicações que não estão disponíveis ainda no SUS”, explicou a oncologista Andrea Juliana Gomes.
“Por meio da pesquisa, ele tem acesso ao que há de mais moderno neste tipo de tratamento, com rapidez e sem nenhum custo, com todos os procedimentos e exames sendo custeados pelo laboratório financiador da pesquisa”.
Biomarcador genético
A Liga também também desenvolve uma pesquisa científica sobre o câncer de próstata chamada “Magnitude”, que trata sobre um remédio voltado a pacientes com predisposição genética ao câncer de próstata, ou seja, com biomarcadores genéticos específicos para a doença.
Na pesquisa, é feito um teste genético no paciente, nesse caso também com câncer metastático, e se ele tiver as marcações genéticas especificadas vai receber a medicação para ter o tratamento otimizado. O remédio atua diretamente na destruição das células cancerígenas. “Já temos registrados resultados muito positivos”, garantiu a médica Andrea Juliana.
O paciente José Soares da Silva Segundo, de 70 anos, morador da cidade de Coronel Ezequiel, tem câncer de próstata com metástase e está participando da pesquisa. “Graças a Deus com esse tratamento estou bom, ele renovou a minha vida, agora consigo me levantar, comer”, disse.
Fonte: G1RN