Garrafa PET, embalagem de salgadinho e talheres descartáveis. Tudo isso é feito de plástico, o que é um material reciclável. Se você separa o seu lixo e acredita que esses itens vão passar pelo processo de se tornar um novo plástico, diminuindo a demanda do mercado, não é bem assim.
Quase tudo que se consome hoje vem em embalagens plásticas. Muitas delas têm o selo de reciclável, mas isso não basta. Isso porque muitas não conseguem passar pelo processo ou, mesmo após passarem pelo processo, não são compradas pelas empresas.
Assim, se acumulam em toneladas em centros de coleta ou terminam no meio ambiente. Segundo a ONU, estima-se que apenas 9% de todos os plásticos já fabricados foram reciclados.
➡️ E isso se explica pela diferença entre o item ser reciclável e ter reciclabilidade. Para você entender melhor:
ANTES: Não é porque é mais difícil de ser reciclado que eles são despejados na natureza ou em aterros, pelo contrário. A única alternativa é separar esses itens no lixo reciclável para que tenham a destinação correta.
Um exemplo de baixa reciclabilidade são as garrafas PET coloridas, usadas para refrigerante, água e até mesmo cerveja. Estima-se que apenas 30% das garrafas coloridas sejam, de fato, recicladas.
♻️ Nas cooperativas de reciclagem, o PET é separado em três categorias: transparente, verde e multicolorido.
Um exemplo de garrafa colorida é a antiga garrafa da Sprite, refrigerante de limão da Coca Cola. Por 60 anos a garrafa foi verde, mas recentemente a marca decidiu substituir o PET colorido pelo incolor, justamente, para melhorar o índice de reciclagem.
O presidente da Associação Nacional dos Catadores (Ancat), Roberto Rocha, explica que é necessário melhorar a legislação, que exige, hoje, que as empresas recolham e tratem do plástico, mas não especificam que cada um deveria cuidar do mesmo tipo de resíduo que produz.
“A lei exige que seja recolhido e tratado o produto. O que acontece é que a empresa produz plástico verde, sabe que é mais difícil de dar tratamento e aí faz o ciclo com o plástico transparente. É preciso obrigá-los a dar destino a exatamente o que produzem”, explica.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), o país reciclou em 2024 mais de 410 mil toneladas de PET. No entanto, segundo a instituição, isso representa apenas 53% das descartadas pelos consumidores no ano passado.
As embalagens de salgadinho são feitas de um tipo de plástico chamado BOPP, que tem uma impressão colorida por fora e camada metalizada por dentro. Apesar de serem de plástico e levarem o selo de reciclável, elas não têm reciclabilidade.
Como são produzidas em camadas diferentes de materiais, sua separação e reaproveitamento são complexos. Hoje, existem tecnologias capazes de reciclar esse tipo de resíduo, mas o processo é caro e o país não tem um sistema de logística reversa estruturado que viabilize a reciclagem dessas embalagens em larga escala.
Ou seja, ainda que você separe no lixo reciclável, é provável que a embalagem que você descarta não seja reutilizada.
“Esses são processos que envolvem muita tecnologia, processos e encarece o produto final. Com isso, as empresas não se interessam em recomprar e o ciclo daquela embalagem acaba no primeiro uso”, explica o presidente da Ancat, Roberto Rocha.
Sabe aquela colherzinha de plástico fina que se usa para adoçar o café? Ou o saquinho de plástico em que é embalado o palito de dente? Esses são plásticos de uso único. Depois de usar uma vez, eles não têm qualquer outra serventia. São minutos de impacto no dia de alguém, para séculos de impacto no meio ambiente.
É fato que eles são de plástico e, em teoria, o plástico é reaproveitável. Mas, eles não têm reciclabilidade. O presidente da Ancat explica que são máquinas que identificam e separam toneladas de plásticos que passam pelas cooperativas. Esses plásticos são tão pequenos e finos que acabam não sendo detectados, se perdendo na separação.
A professora especialista em sustentabilidade da FGV, Luciana Branchini, explica que não deveríamos ter novas demandas por plástico de embalagens, principalmente, com a quantidade do produto já disponível no planeta. A saída seria endurecer as regras e obrigas as empresas a cuidar do lixo que produzem. Com o custo, toda a cadeia seria repensada.
“O plástico não é um vilão, ele tem um papel importante e imprescindível em espaços específicos como materiais médicos, encanamento. O que precisamos é que seja revista a aplicação e a aumentarmos a pressão sobre as empresas que usam esse material para que sejam responsáveis de verdade pelo impacto que produzem”, explica.
Recentemente, os grandes players mundiais de bebidas anunciaram a redução dos números de reciclagem. Segundo a especialista, isso acontece por uma flexibilidade de leis.
“As grandes empresas estão em todo lugar e distribuir seus produtos pelo mundo está na conta do seu custo de logística. O que não está é ir lá nos extremos buscar o seu lixo, é por isso que os números vão sendo reduzidos”, explica.
Ela ainda reforça que um dos meios é pensar na tecnologia das embalagens. Por exemplo, você sabia que a maior parte das embalagens de batons, por exemplo, não são totalmente recicláveis, apesar de serem de plástico ?É fato que os produtos precisam delas para chegarem ao consumidor final, mas há meios de produzir embalagens que sejam 100% recicláveis.
Os especialistas com quem o g1 conversou explicam que tudo começa na consciência de separar o lixo reciclável de forma correta, não misturado com o lixo orgânico.
Depois, observar sua própria produção de lixo e fazer escolhas melhores. Como por exemplo:
Fonte: G1
DÓLAR COMERCIAL: R$ 5,8860 DÓLAR TURISMO: R$ 6,1210 EURO: R$ 6,6810 LIBRA: R$ 7,7100 PESO…
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