A Petrobras informou ontem, por comunicado, que concluiu a negociação para a venda de ativos que mantinha na Argentina e no Chile, como parte de seu plano de desinvestimentos entre 2015 e 2019. Na Argentina, a estatal fechou a venda de sua participação de 67,19% na Petrobras Argentina (Pesa) para a Pampa Energía pelo valor de US$ 892 milhões. A empresa, que atua com energia e exploração e produção de óleo e gás, é avaliada em US$ 1,327 bilhão. A operação também envolve a retenção pela Petrobras de 33,6% da concessão de Rio Neuquen – áreas com potencial de produção de gás natural na Bacia Neuquina, na Argentina – e de 100% do ativo de Colpa Caranda – campos de produção de gás natural na Bolívia.
No Chile, a petroleira fechou a venda da Southern Cross Group (PCD). O valor final da operação, após os ajustes de preço acordados entre as partes, é estimado em US$ 490 milhões, diz a estatal. A PCD é a companhia de distribuição de combustíveis da Petrobras no Chile e possui 279 postos de serviço, 8 terminais próprios de distribuição, operações em 11 aeroportos, participação em 2 empresas de logística e 1 planta de lubrificantes. As duas operações fazem parte do programa de desinvestimentos da Petrobras para 2015-2019 e sua conclusão está sujeita à deliberação e aprovação pela Diretoria Executiva e pelo Conselho de Administração da Petrobras, bem como pelos órgãos reguladores competentes.
O plano de desinvestimentos, anunciado em junho de 2015, previa US$ 130,3 bilhões em investimentos. Em outubro do ano passado, a estatal já tinha reduzido em US$ 11 bilhões a previsão de investimentos para 2015 e 2016, e em US$ 7 bilhões os gastos operacionais para o período. Os investimentos previstos foram reduzidos para US$ 19 bilhões em 2016, ante projeção anterior de US$ 27 bilhões. A Petrobras teve perda líquida de R$ 34,836 bilhões em 2015, o maior prejuízo anual registrado pela companhia, segundo dados da Economatica, superando as perdas de R$ 21,587 bilhões de 2014. A maior parte veio do ajuste, para baixo, no valor dos ativos (reservas, plataformas, campos etc) da companhia.
A Petrobras atribuiu o prejuízo recorde ao ajuste (impairment) de ativos e de investimentos, “principalmente em função do declínio dos preços do petróleo e incremento nas taxas de desconto. Pesou ainda a queda de 5% nas receitas e dos preços de exportação de petróleo e derivados. Ou seja, por conta de condições de mercado menos favoráveis e da despesa com a desvalorização do real, a Petrobras agora estima que seus ativos (reservas, plataformas, campos etc) valem R$ 47,6 bilhões a menos do que era estimado até então.