O ofício menciona também que o nome do indicado foi aprovado pela Casa Civil da Presidência da República, conforme dispõe a legislação, “registrando que, sem prejuízo das avaliações preliminares levadas a efeito na referida pasta, deve a Petrobras, à luz de seus próprios critérios, procedimentos e normativos de governança, analisar a presente indicação”.
Mais cedo, a Reuters publicou que a Petrobras havia recebido a indicação formal de Prates pelo governo.
Quem é Jean Paul Prates
O indicado à presidência da petroleira é advogado, economista, ambientalista, empreendedor e dirigente sindical, segundo a sua própria biografia.
- Tem mais de 25 anos de trabalho nas áreas de petróleo, gás natural, biocombustíveis, energia renovável e recursos naturais.
- Na área de petróleo, participou da assessoria jurídica da Petrobras Internacional (Braspetro), no final da década de 1980. Em 1991, fundou a primeira consultoria brasileira especializada em petróleo.
- Prates ainda trabalhou na regulação dos setores de petróleo, energia renovável, biocombustíveis e infraestrutura nos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula.
- Ele também foi secretário de Estado de Energia e Assuntos Internacionais do Rio Grande do Norte.
- Em 2014, foi eleito primeiro suplente da senadora Fátima Bezerra (RN) para o período 2015-2022. Em janeiro de 2019, assumiu a cadeira de senador pelo Rio Grande do Norte, com a eleição e posse de Bezerra.
- Como senador, foi vice-presidente da Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa e da Frente em Defesa da Petrobras.
- Prates cursou direito na UERJ e economia na PUC/RJ. Nos Estados Unidos, tornou-se mestre em Planejamento Energético e Gestão Ambiental pela Universidade da Pennsylvania.
- Na França, concluiu mestrado em Economia de Petróleo e Motores, pelo Instituto Francês do Petróleo.
- Botafoguense, foi diretor de futebol do Alecrim Futebol Clube em 2015.
O que pensa Prates
No dia 30 de dezembro, em entrevista após reunião com Lula em Brasília, Prates defendeu mudança na política adotada pela Petrobras para a definição dos preços dos combustíveis.
Em uma de suas falas no mesmo mês, Prates disse que a estatal precisa ir além de explorar o pré-sal e pagar dividendos aos acionistas.
“[A Petrobras] é uma empresa de longo prazo. Uma empresa de longo prazo não pode só ficar tirando pré-sal do fundo do mar e distribuindo dividendos, ela precisa pensar em coisas que todas as outras empresas de petróleo estão pensando”, afirmou.
Porém, no dia 4 de janeiro, Prates afirmou que a estatal não fará intervenção nos preços dos combustíveis. Segundo ele, “nunca ninguém falou em intervenção” nos preços, que, de acordo com ele, serão vinculados de “alguma forma” ao mercado internacional.
- Ele defende que a estatal diminua a distribuição de dividendos para reforçar o caixa da companhia e alavancar os investimentos, em especial em refinarias, estratégia abandonada pela gestão anterior.
- O senador também quer que a Petrobras foque sua atuação futura em energias renováveis, diante das metas de redução de combustíveis fósseis em todo o mundo.
- Prates, durante a transição, também defendeu que o governo eleito proponha um mecanismo para amortecer preços de combustíveis em momentos de alta do valor do petróleo.
- Segundo o petista, uma das possibilidades seria a implementação de um “colchão de amortecimento”, ou seja, a instituição de um subsídio para que os valores cobrados dos consumidores possam ser menores.
- Ele também é crítico da atual política de preços da Petrobras, atrelada à variação do dólar e do preço do barril de petróleo no mercado internacional.
- Porém, prometeu que não haverá nenhuma medida intervencionista na Petrobras. Disse que as mudanças serão discutidas pelo conselho de administração.
Fonte: G1RN