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Petroleiras cortam aportes, mas preservam projetos avançados

A queda acelerada do preço do petróleo, que parece ser mais prolongada do que as estimativas iniciais, preocupa as petroleiras no mundo todo e, como não poderia ser diferente, promete reduzir os investimentos no Brasil. Gastos com programas de exploração cujos prazos podem ser renegociados com a Agência Nacional do Petróleo (ANP) estão sendo postergados, enquanto as empresas tentam renegociar contratos com as prestadoras de serviços de perfuração, diante de um dólar mais caro frente ao real. Desde as pequenas e médias petroleiras até as gigantes do setor, o discurso é manter os projetos de produção já previstos para 2016, mas as companhias admitem que as expectativas são de menor retorno e que o cenário de receitas comprimidas exige que elas sejam mais seletivas, sobretudo nas atividades exploratórias.

A preocupação com a queda do barril é global. A classificadora de riscos Moody’s previu uma queda de 20% a 25% nos investimentos globais das companhias de óleo e gás em 2016. No Brasil, contudo, a crise é ainda mais acentuada, devido à dependência da Petrobras e entraves regulatórios, diz o secretário executivo do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), Antônio Guimarães. Ele estima que o investimento em óleo e gás este ano, no país, seja ainda menor que os US$ 25 bilhões de 2015. “O país está perdendo market share nos investimentos globais”, comenta.

No Brasil, o barril abaixo dos US$ 35 joga pressão sobre os aportes de uma série de outras petroleiras, e não só da Petrobras. O novo cenário atinge em cheio projetos previstos para este ano de empresas de diferentes nacionalidades e estruturas de capital, como Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP), Barra Energia, OGPar, PetroRio, Shell, a indiana ONGC e a Qatar Petroleum. Sócias da Petrobras em Lula e Lapa ­ Galp e Repsol Sinopec ­ também se preparam para lançar projetos em meio a uma realidade de mercado completamente diferente daquela que baseou, ao longo dos últimos anos, suas decisões de investimento. A queda do Brent levou as empresas a renegociar contratos para reduzir custos de novos projetos, mesmo os previstos para um horizonte mais distante.

Ponto de Vista

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