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Com uma dívida de mais de R$ 500 bilhões e sendo alvo de investigação da operação Lava Jato, da Polícia Federal, que apura um esquema de corrupção, a estatal brasileira Petrobras sente com ainda mais força os impactos da queda do preço do petróleo no mercado internacional. A cotação do barril já recuou mais de 70% nos últimos 18 meses e tem se mantido ao redor dos US$ 30, colocando em dúvida até a viabilidade do pré­-sal.

Com a drástica redução da margem de lucro de seu principal produto, a empresa tenta buscar saídas. Já reduziu investimentos e o plano de aplicar US$ 23 bilhões entre 2015 e 2019 já caiu para US$ 20 bilhões, e deve ter um novo corte. A empresa já anunciou que continuará colocando ativos à venda, além de sair de várias áreas, como a de energia, para se dedicar basicamente ao petróleo.

A crise provocada pela queda livre ocorrida nos preços do petróleo desde outubro de 2014 é mais severa no Brasil do que aquela que força empresas produtoras do mundo todo a se adequarem ao cenário adverso, vendendo ativos e cortando custos. Altamente endividada e com pouco dinheiro para investir, a “nova Petrobras” ainda enfrenta o descrédito do mercado financeiro e de parceiros desde que a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, revelou a existência de um esquema de corrupção envolvendo a empresa e fornecedores.

Para conseguir retomar o crescimento, a Petrobras decidiu encolher de tamanho e abandonar várias áreas de negócio. Na semana passada mesmo, a empresa deu os primeiros passos para sua retirada do setor elétrico e colocou à venda 21 usinas térmicas e gasodutos por onde circula o gás que as abastece. O foco, agora, é a produção de petróleo, principalmente nas áreas do pré­sal – embora, ao mesmo tempo, haja uma movimentação do governo no sentido de permitir maior flexibilização na operação dessas áreas. Sem fôlego para investimentos de porte, a Petrobras já não quer dominar todo o elo da cadeia e, na medida em que se retira de projetos, demite e provoca falência de fornecedoras, principalmente no setor naval.

A Lei da Partilha (12.351/2010), que trata do pré­-sal, define que a Petrobras deve liderar todo o investimento na área, com ao menos 30% de participação nos desembolsos. Mas Dilma, diante da falta de capacidade de investimento da companhia, tem se reunido com presidentes de multinacionais e com o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, para elaborar um pacote de medidas que, na prática, servirá para acabar com o predomínio da Petrobras no pré-­sal e a dependência que os fornecedores têm da estatal.

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