Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). — Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). — Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

O ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem (PL-RJ), ficou com um telefone celular e um notebook que seriam da agência mesmo após se desligar do órgão, aponta a Polícia Federal. Segundo apuração da TV Globo, os aparelhos estavam entre os objetos apreendidos nos endereços de Ramagem. Ele é suspeito de usar a agência para espionar opositores do governo Bolsonaro.

A Abin alega que Ramagem perdeu o acesso ao sistema da agência em março de 2022, quando deixou o cargo para concorrer à Câmara dos Deputados e se elegeu pelo PL.

Nos endereços do deputado, foram apreendidos quatro computadores, seis celulares e 20 pen drives.

Nesta quinta-feira, a PF cumpriu 21 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e em Brasília. Um deles, na Câmara, no gabinete do deputado.

“Abin Paralela”

Apurações da Polícia Federal apontam que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) pode ter sido “instrumentalizada” para monitorar ilegalmente uma série de autoridades e pessoas envolvidas em investigações, além de desafetos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O uso indevido da Abin teria ocorrido quando o órgão era chefiado por Ramagem. O crime, segundo as investigações, envolvia o uso do software “First Mile”, ferramenta de geolocalização que permite identificar as movimentações de pessoas por meio dos celulares delas.

A operação “Vigilância Aproximada” da Polícia Federal foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Na decisão, Moraes escreveu que, sob a direção do deputado Alexandre Ramagem, policiais fizeram serviços de “contrainteligência ilícitos”.

Fonte: G1

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