O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos recuou 0,9% no segundo trimestre, segundo dados preliminares anualizados divulgados nesta quinta-feira (28) pelo Escritório de Análise Econômica (BEA, na sigla em inglês) do Departamento do comércio do país.
Foi o segundo trimestre seguido de baixa: no primeiro trimestre, a economia do país teve uma queda também anualizada de 1,6%, na primeira retração desde a recessão do início da pandemia, há dois anos. No 4º trimestre de 2021, a economia dos EUA cresceu a um ritmo robusto de 6,9%.
Em dólares correntes, o PIB teve alta de 7,8%, ou US$ 465,1 bilhões, para US$ 24,85 trilhão. No primeiro trimestre, a alta havia ficado em 6,6%, ou US$ 383,9 bilhões.
O PIB norte-americano foi pressionado pela alta da inflação no país (que alcançou o maior patamar em 40 anos), pela elevação das taxas de juros e pela contínua pressão sobre as cadeias de suprimento.
“A queda no PIB real reflete recuos nos investimentos privados em estoque, em investimentos fixos residenciais, em gastos do governo federal, gastos dos governos estaduais e locais e investimentos fixos não residenciais”, apontou o BEA em nota. Essas quedas foram parcialmente compensadas por aumentos nas exportações e nos gastos das famílias.
Diferenças na divulgação
Os EUA utilizam uma metodologia diferente da feita pela maioria dos países para a divulgação do PIB trimestral. No Brasil, por exemplo, o IBGE divulga o crescimento trimestral em relação ao trimestre imediatamente anterior e em relação ao mesmo período do ano anterior. Já a taxa anualizada significa a variação do PIB se esse percentual de crescimento ou queda fosse mantida por um ano inteiro.
Brasil e Estados Unidos também têm avaliações diferentes para o que é considerado recessão. Enquanto aqui dois trimestres consecutivos de queda indicam que o país entrou em recessão técnica, por lá essa classificação não é usual.
A avaliação oficial sobre uma recessão é feita pelo Escritório Nacional de Pesquisas Econômicas – que não deve dar o veredito pelos próximos meses. Ainda assim, essa queda consecutiva em dois trimestres é vista como um forte indicativo de recessão.
Fonte: G1