PLACAS – 

Começo o dia recebendo uma mensagem carinhosa. Minha prima Juliana enviou fotos do carro do filho. Um perfeito cuscuzinho! Amarelo e cheio de charme. Eu sempre coloco apelidos nos carros, mas ela foi bem precisa neste batismo. Parabéns! Começamos uma conversa entre o “Feliz por você!” e “Ele precisa, nessa loucura de vida em Brasília!”. Até que…

– Ju, você lembra das placas de carro? Quando íamos à igreja com tia Nauri e procurávamos as placas com números repetidos?

– Não lembrava disso! Como era?

Saí recitando a nossa brincadeira:

00 – vou ver

11 – homem querido se aproxima

22 – mulher querida se aproxima

33 – gosta de mim…

Sigo até o 1010 em um áudio cheio de risadas quando ela me recorda outra brincadeira nossa:

– E as cores dos carros? Na estrada entre Campina Grande e Baía da Traição, cada uma de nós três (eu, Ju e Rena

– Renata) escolhíamos uma cor e contávamos quantos carros daquela cor passavam por nós. Quem obtinha o maior número vencia!

– Verdade! Hoje seria mais difícil: temos azul petróleo, cinza titânio…

​Continuamos viajando pelo passado que nos pareceu ter sido logo ali, ontem, quando solto que sempre faço os “nove fora” nas placas. E escuto um: Eu também!

​Que delícia reviver esses momentos. Que delícia saber que pequenas coisas, que parecem tão banais, tornam a vida leve e cheia de gratidão por poderem ser compartilhadas.

Ontem e hoje…

 

 

Bárbara Seabra – Cirurgiã-dentista e Escritora

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