Operários da cidade de Jerusalém instalaram nesta segunda-feira (7) as primeiras placas que indicam a direção da embaixada dos Estados Unidos, que será inaugurada no dia 14 de maio na Cidade Sagrada, um fato histórico para Israel, que foi amplamente condenado pela comunidade internacional.
Os funcionários instalaram nos arredores do local as placas que indicam “Embaixada dos Estados Unidos” em hebreu, árabe e inglês.
A embaixada será inaugurada oficialmente na próxima semana, em coincidência com o 70º aniversário da criação do Estado de Israel. Em um primeiro momento funcionará no local que abriga o consulado americano em Jerusalém, até que o governo planeje e construa uma embaixada permanente, o que deve demorar muito tempo, segundo o Departamento de Estado.
O presidente americano Donald Trump, que rompeu com décadas de atuação da diplomacia do país e de consenso internacional, anunciou em 6 de dezembro do ano passado o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a transferência da embaixada, atualmente em Tel Aviv.
A decisão unilateral de Trump foi celebrada por Israel, mas condenada pelos palestinos, que desejam que Jerusalém Oriental se transforme na capital do Estado que aspiram e consideraram a decisão do presidente americano a negação de suas reivindicações.
A comunidade internacional vê a anexação como ilegal e considera Jerusalém Oriental como território ocupado. Desde a criação de Israel não reconhece Jerusalém como capital deste país e considera que o status final da cidade deve ser negociado. As embaixadas estrangeiras em Israel ficam em Tel Aviv.
Dos 198 países que integram a Assembleia Geral da ONU, 128 votaram no fim de dezembro uma resolução de condenação à decisão americana. Apenas sete países ficaram ao lado de Washington.
O status de Jerusalém é um dos temas mais delicados conflito entre israelenses e palestinos. Israel ocupou em 1967 Jerusalém Oriental, a parte palestina da cidade, e a anexou a seu território. O país considera toda Jerusalém como sua capital “indivisível”.
“Isto não é um sonho, é a realidade”, disse o prefeito de Jerusalém, Nir Barkat, agradecendo a Trump por sua decisão “histórica”.
“Jerusalém é a capital eterna do povo judeu e o mundo está começando a reconhecer esta realidade”, afirmou, de acordo com um comunicado da prefeitura.
Saeb Erekat, alto funcionário palestino, pediu a “todo o corpo diplomático, à sociedade civil e às autoridades religiosas que boicotem” a inauguração.
“Os que participarem transmitirão a sinistra mensagem de que estimulam as violações flagrantes do direito internacional e dos direitos inalienáveis do povo palestino”, disse.
Fonte: Agência EFE