PLANOS DE SAÚDE: MARTÍRIO DOS USUÁRIOS Ney Lopes

PLANOS DE SAÚDE: MARTÍRIO DOS USUÁRIOS – 

Não se pode negar os benefícios dos planos de saúde privados como forma de complementar os serviços de saúde a população. Para isso, a economia terá que ser aberta e permitir a livre concorrência. No Brasil, infelizmente não é assim. Os planos de saúde lideraram o ranking de queixas, conforme levantamento recente do Idec (Instituto de Defesa de Consumidores).

Há verdadeiros martírios (constatados em Natal), com o beneficiário do plano aguardando período longo de dias para liberações de exames. Muitas vezes, ao final, o plano nega, com o paciente convalescendo em UTI. Quem vai à justiça, regra geral ganha. Mas, muitos não têm condições de ter um advogado. Reajustes excessivos, reembolso e negativa de cobertura constituem a maior “dor de cabeça” de quem recorre ao plano.

Estudo

O pesquisador Eduardo Magalhães Rodrigues, pós-doutor em economia política pela PUC de São Paulo, constatou em estudo, que juntas, sete empresas da área da saúde controlam outras 192 e fazem parte do grupo de 1% das corporações que possuem mais de 20% das ações das empresas mais poderosas do Brasil. A saúde privada “é um setor mais dominante do que se imagina”.

As “sete irmãs da saúde” é a expressão que o pesquisador Eduardo Magalhães Rodrigues usa para se referir às empresas da saúde privada. São elas: Rede D´Or, DASA, Eurofarma, Notre Dame, Amil, Aché e Hapvida. Segundo o pesquisador, essas “empresas fazem o que querem. Elas sentam em uma mesa e determinam quais serviços vão ser oferecidos, em qual qualidade e a que preço”. Controlam cerca de 63,5% do PIB, devido suas conexões acionárias.

Lucro

No primeiro trimestre de 2024, os planos tiverem lucro líquido de R$ 3.3 bilhões, segundo a ANS. Mesmo em tal situação, de forma ridícula essas empresas dizem que têm prejuízo com os convênios médicos. De forma inesperada, cancelam convênios de doentes graves, idosos, autistas, etc. Verdadeira “via crucis”!

O mais grave é a omissão da Agencia Nacional de Saúde de regular o setor e evitar abusos. Igualmente omisso, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica, que deveria regular a concorrência entre empresas no Brasil, evitando justamente os oligopólios como esse que formam as setes irmãs da saúde. Essa é uma questão em aberto, que precisa solução.

 

 

 

Ney Lopes – jornalista, advogado e ex-deputado federal

As opiniões contidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores
Ponto de Vista

Recent Posts

COTAÇÕES DO DIA

DÓLAR COMERCIAL: R$ 5,6970 DÓLAR TURISMO: R$ 5,9310 EURO: R$ 6,1830 LIBRA: R$ 7,3960 PESO…

2 dias ago

PONTO DE VISTA ESPORTE – Leila de Melo

  1- Quatro jogadores que atuaram no Campeonato Potiguar estão sendo investigados por suspeita de…

2 dias ago

STF estabelece medidas contra violência em operações policiais do Rio

O Supremo Tribunal Federal (STF) definiu nessa quinta-feira (3) medidas para combater a letalidade policial…

2 dias ago

BRECHANDO O PLANETA – Flávio Rezende

Na coluna hoje imagens variadas da Europa. Os registros são recentes.        …

2 dias ago

INSS: 13º antecipado injetará R$ 73,3 bi na economia; veja calendário

A antecipação do décimo terceiro para aposentados, pensionistas e beneficiários de auxílios do Instituto Nacional…

2 dias ago

Pix parcelado deve ser lançado em setembro, diz Banco Central

Um dia depois de o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, anunciar inovações no Pix, o…

2 dias ago

This website uses cookies.