Dois policiais militares foram presos no início da noite dessa segunda-feira (9) em Mossoró, cidade do Oeste potiguar, suspeitos de integrarem um grupo de extermínio apontado como responsável pela morte de pelo menos 14 pessoas em 2015. As informações foram confirmadas pela assessoria de comunicação da Polícia Militar.
As prisões são desdobramento da Operação Os Intocáveis, deflagrada em 2016, responsável por investigar “um grupo de extermínio composto por policiais militares que cometiam crimes de homicídio sob a alegação de ‘aplicar a justiça’”, como define a investigação do Ministério Público Estadual.
De acordo com o assessor da PM, major Eduardo Franco, os militares se apresentaram no 2 Batalhão da Polícia Militar, em Mossoró, e foram presos, atendendo a ordem judicial de prisão preventiva. Os dois estão recolhidos no próprio batalhão e aguardam as próximas decisões. O major informou que há a possibilidade de os policiais serem expulsos da corporação.
A operação, denomina de ‘Os Intocáveis’, foi realizada por equipes da Força Nacional em conjunto com policiais civis e militares em junho de 2016. Cinco policiais militares foram presos suspeitos de participação em um grupo de extermínio apontado como responsável pela morte de pelo menos 14 pessoas.
Com base na Operação Intocáveis, em agosto de 2016 o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio Grande do Norte, denunciou a conduta de seis policiais militares e um motorista. As denúncias, relativas a sete assassinatos e uma tentativa de homicídio, são assinadas por cinco promotores públicos e foram remetidas a um colegiado de juízes formado na 1ª Vara Criminal da Zona Sul de Natal. Como os juízes receberam essas denúncias, os seis PMs e o motorista, que cumprem prisões preventivas, já são réus nos processos.