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Ontem pela manhã, a Polícia Federal desencadeou a Operação Métis, bateu às portas do Congresso Nacional e prendeu quatro integrantes da Polícia do Senado, incluindo o diretor-geral, Pedro Ricardo de Araújo. Menos de 12 horas depois de efetuadas as prisões de policiais do Senado, ao menos um deles já começou a delatar ações em benefício de senadores, a maioria alvo da Operação Lava-Jato. A suspeita é de que servidores do Legislativo faziam varreduras, em busca de aparelhos de escutas, em endereços funcionais ou particulares de Sarney, de Lobão Filho (PMDB-MA), de Glesi Hoffmann (PT-PR) e de Fernando Collor (PTC-AL). O objetivo era descobrir e eliminar escutas eventualmente instaladas; obstruir a Operação Lava-Jato; e “satisfazer interesses particulares”, de acordo com os investigadores. Ontem, Renan criticou a ação: “As instituições, assim como o Senado, devem guardar os limites de suas atribuições legais”.

Foram cumpridos nove mandados por ordem do juiz da 10ª Vara Federal de Brasília, Vallisney de Oliveira. A PF prendeu temporariamente, por até cinco dias, Pedro Araújo e os policiais legislativos Antônio Tavares dos Santos Neto, Everton Elias Ferreira Taborda e Geraldo César de Deus Oliveira. Também foram feitas ações de busca e apreensão nas residências deles, em Brasília, e em seus locais de trabalho no Senado, de onde foram levados cerca de 10 maletas com equipamentos de contrainteligência, como o Oscor Green. Como os equipamentos têm memória, a perícia poderá verificar onde foram utilizados. À exceção de Araújo, todos foram liberados ontem mesmo. Geraldo Oliveira fez um depoimento admitindo as condutas apuradas pela Polícia Federal. Para os investigadores, ele agora é um colaborador.

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