PONHA DESCASO NISSO –
O Departamento Nacional de Estradas de Rodagem-DNER foi criado em 1945, quando no Brasil predominava o transporte ferroviário. No governo Juscelino Kubitschek, com o advento da indústria automobilística, o segmento rodoviário tomou impulso e inibiu o crescimento da locomoção sobre trilhos na contramão dos demais países, que utilizam ambos os modais numa equilibrada proporcionalidade.
Pois bem, o rodoviarismo se estabeleceu no país e o DNER se transformou na nossa mais importante autarquia, prestando um trabalho sério, eficiente e respeitado por toda a nação. A malha rodoviária brasileira se posiciona na casa de 1,7 milhão de quilômetros, sendo a quarta do mundo e o nosso principal meio de movimentação de cargas e de passageiros.
Daí o poder dos sindicatos de rodoviários para travar o Brasil quando bem quiser e entender, posto que o transporte ferroviário não evoluiu entre nós, enquanto no resto do mundo só fez crescer. Os Estados Unidos possuem 250 mil quilômetros de ferrovias; a China, 120 mil; e a Rússia, 87 mil. O Brasil patina na casa dos 30 mil há décadas, com 36% dessa malha inativa ou subutilizada.
Nunca em tempo algum vi o DNER – atual DNIT -, tão desprestigiado nem o sistema rodoviário nacional tão desassistido. A insensibilidade do governo perante o seu basilar modal de locomoção é chocante, basta citar o exemplo da ponte Juscelino Kubitschek, sobre o rio Tocantins, no estado do mesmo nome.
Assistir ao desabamento daquela ponte com veículos transitando e pessoas morrendo foi algo surreal e de uma irresponsabilidade descomunal, contrariando o contido em laudos técnicos, alertando para os riscos de ruptura da estrutura. A obra com 533 metros de extensão foi inaugurada, em 1960, pelo presidente Juscelino Kubitschek, dois dias antes do término do seu mandato.
O Brasil tem dependência umbilical com as rodovias por isso toda a atenção é pouca quanto aos cuidados despendidos na manutenção da malha. No Rio Grande do Norte o descaso salta aos olhos. O DER-Rn se transformou numa sombra do órgão que foi no passado. A perda do Fundo Rodoviário Nacional-FRN foi um baque, nem por isso departamentos assemelhados em outros estados do país foram tão afetados.
A conservação das rodovias federias é competência do DNIT. A autarquia deve garantir ao cidadão o sagrado direito de ir e vir com segurança, rapidez e conforto, porém, em nosso estado está aquém do que se espera do órgão nesse fundamento. Compete ao engenheiro rodoviário tal responsabilidade, porém ele precisa de meios e de autonomia para dar cabo da tarefa.
Nos últimos anos algumas ocorrências puseram o DNIT em situações constrangedoras perante nós, riograndenses, usuários de suas rodovias. Tivemos a interrupção do tráfego na BR-304 pelo desabamento de um pontilhão recomposto numa morosidade inadmissível; também, a lentidão constrangedora na duplicação dos 14 km da Reta Tabajara. Cabe aqui a questão: dá para acreditar na duplicação da BR-304, até Mossoró, nesta década?
Por último, a recuperação da Ponte de Igapó. Desde 2023 o natalense sofre o desconforto de trafegar pela principal ligação entre as zonas norte e sul da capital. O gargalo decorrente da lerdeza dos trabalhos de restauração da obra é algo para mexer com nervos e paciência de seus usuários, que já consideram a travessia da ponte um estorvo atrelado à sua labuta diária. Ponha descaso nisso!
José Narcelio Marques Sousa – Engenheiro civil
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